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GPA (PCAR3): lucro aumenta 10 vezes, mas desempenho decepciona analistas; veja balanço

Reestruturação da empresa após a venda das lojas do segmento de hipermercados impactou os resultados do período

Foto: Shutterstock

Após passar dias em alta refletindo rumores envolvendo uma possível compra de participação no grupo pelo empresário Abílio Diniz, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) reportou, nesta quinta-feira, um lucro líquido referente ao primeiro trimestre deste ano mais que dez vezes maior do que o registrado no mesmo período em 2021.

A companhia registrou o montante consolidado R$ 1,39 bilhão entre janeiro e março, ante cerca de R$ 112 milhões obtidos em igual intervalo do ano passado. Apesar disso, o resultado relativo aos controladores com operações continuadas foi de prejuízo de R$ 111 milhões, revertendo lucro de R$ 103 milhões do mesmo período em 2021.

O lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação, o Ebitda, ajustado teve uma contração de 12,2% no mesmo comparativo, e atingiu R$ 655 milhões ante os R$ 745 milhões registrados em igual trimestre anterior. A margem também recuou, passando de 7,6% para 6,5% neste ano, queda de 1,1 ponto percentual, na mesma comparação.

A receita líquida do Grupo Pão de Açúcar no primeiro trimestre teve uma leve subida de 2,3% e atingiu R$ 10 bilhões ante os R$ 9,84 bilhões obtidos entre janeiro e março do ano passado.

Resultados impactados pela reestruturação da empresa

No documento com o balanço, divulgado na noite de quarta-feira (4), o diretor-presidente do GPA, Marcelo Pimentel, afirmou que o primeiro trimestre do ano foi marcado por um “cenário de transição para os negócios do Brasil, com o processo de encerramento das lojas do formato de hipermercados, que exigiu uma reestruturação e redimensionamento de todo” o negócio.

De acordo com a companhia, as vendas totais do “Novo GPA Brasil” (pós-reestruturação das lojas da bandeira Extra) atingiram R$ 4,2 bilhões no primeiro trimestre. Excluindo postos, somou R$ 3,8 bilhões.

Fonte: GPA
Fonte: GPA

Em relatório, a analista de varejo da XP, Danniela Eiger, considerou o resultado do GPA “fraco”, com um Ebitda 8% menor que a expectativa da corretora. O desempenho do grupo também ficou abaixo do esperado pelo BTG. O banco destacou em relatório que os números foram impactados pela descontinuidade das lojas de hipermercado vendidas ao Assaí.

“A reestruturação da logística e da cadeia de suprimentos levou a maiores despesas e rupturas no trimestre, embora acreditamos que isso já foi normalizado em abril”, destacou.

Para os próximos meses, contudo, o BTG Pactual acredita que o GPA está numa tendência mais fraca em suas operações continuadas, ou seja, sem contar os hipermercados, e com seu principal formato no Brasil, o Pão de Açúcar, ainda crescendo abaixo da inflação.

“Após a venda dos hipermercados e a descontinuação do formato, 49% das vendas do GPA Brasil passaram a ser do formato premium. Isso acaba tornando a tese mais arriscada do que outros varejistas de alimentos em nosso universo de cobertura, principalmente o Assaí”, completou o banco.

O GPA afirmou que abriu o segundo trimestre “confiante na estratégia definida para ‘fazer o básico bem feito’ e retomar as fortalezas do nosso negócio no Brasil”. A empresa afirmou que simplificou a estrutura, redimensionou a companhia e foca numa entrega sustentável de resultados nos próximos meses.

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