Governo x Petrobras, ata do Copom e inflação – veja o que importa na semana

Investidores ainda acompanham fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Senado

Foto: Shutterstock

A semana começa com o feriado de Juneteenth nos Estados Unidos, que fecha os mercados americanos nesta segunda-feira (20), e com a expectativa de que os próximos dias tragam mais sinais do que pode acontecer com a política monetária americana daqui para a frente. Na semana passada, o Federal Reserve, banco central americano, acelerou o passo do aumento de juros, e o receio de uma recessão à frente derrubou os mercados.

Por aqui, em dia de agenda esvaziada no Brasil, os investidores continuam acompanhando a batalha entre o governo e a Petrobras (PETR3, PETR4), que na semana passada reajustou os preços dos combustíveis.

A expectativa é que aconteça uma reunião de líderes do Congresso para discutir a política de preços da estatal, em meio às ameaças do presidente da Câmara, Arthur Lira, de dobrar a cobrança de CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) da companhia e criar um imposto sobre exportações.

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Ontem, Lira afirmou que o atual presidente da companhia é “ilegítimo” e que irá levantar informações sobre ganhos e despesas dos diretores da estatal. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que a estatal perderá outros R$ 30 bilhões em valor com a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sugerida por ele.

“Na última sexta-feira, infelizmente, com o anúncio do aumento dos combustíveis, a Petrobras perdeu no seu valor R$ 30 bilhões. Acredito que na segunda-feira, com a CPI, vai perder outros R$ 30 bilhões. Eles não pensam no Brasil”, discursou, durante evento evangélico no Amazonas. A inflação, em particular a alta nos preços dos combustíveis, é considerada a pedra no sapato no caminho da reeleição de Bolsonaro.

Ata do Copom e IPCA-15

Nos próximos dias, os investidores acompanham dados importantes para a calibragem das apostas para os juros brasileiros. Nesta terça (21), o BC divulga a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto, a 13,25% ao ano.

O mercado buscará no documento mais informações sobre os próximos passos do colegiado – no documento que acompanha a decisão, a sinalização foi de um novo aumento igual ou menor no encontro de agosto, mas sem esclarecimento de quando termina o atual ciclo de aperto.

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Outras pistas do que vem pela frente virão na quinta-feira (23), quando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, farão uma apresentação seguida de coletiva à imprensa sobre a condução da política monetária.

Na sexta-feira (24), o mercado estará de olho ainda no IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de junho, que mostrará o comportamento dos preços em junho – o indicador ainda não captará o impacto do reajuste de combustíveis anunciado na semana passada pela Petrobras.

Powell fala

Após o tombo dos mercados internacionais na semana passada, todos os olhos estarão voltados para o depoimento, na próxima quarta-feira (22) às  10h30, do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Senado americano.

A expectativa é que o presidente do Fed esclareça os próximos passos para os juros nos EUA e também qual o risco percebido pela autoridade monetária para a atividade econômica – muitos investidores já precificam recessão pela frente.

Na manhã desta segunda, as bolsas europeias em alta, com o Euro Stoxx 50 subindo 0,41% por volta das 8h20.

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