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Governo quer reduzir tarifas de energia e algumas empresas podem se dar bem, segundo o UBS-BB

Diminuição da inadimplência pode jogar a favor das distribuidoras, diz o banco

Foto: Shutterstock

As medidas em estudo pelo governo para reduzir os preços da energia, que no passado foram gatilhos para crise, agora podem beneficiar algumas empresas, segundo analistas do UBS-BB.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, nos próximos meses serão anunciadas medidas para baixar em até 10% as tarifas de energia elétrica.

Quando pensa em intervenção do governo no mercado de energia, o mercado tem na memória os efeitos da MP (medida provisória) 579 adotada pelo governo federal há 10 anos, que deu início a uma crise do setor elétrico.

Mas o UBS acha que, desta vez, a iniciativa do governo será benéfica, principalmente devido ao histórico de Sachsida, diz o UBS-BB.

“O atual ministro tem sido muito favorável ao mercado, então parece possível que as medidas sejam focadas em decisões que não sejam nem estruturais e nem prejudiciais para o setor”, afirmam Giuliano Ajeje e Guilherme Reif, analistas do banco, em relatório distribuído nesta terça-feira (11).

Quando foi adotada há uma década, a MP 579 impactou drasticamente as concessões de geração e transmissão de energia do Brasil. Isso porque as concessões, que antes eram renovadas pelo mesmo prazo original sem o pagamento de compensações ao governo, foram renovadas antecipadamente e por um custo maior.

A situação desta vez, no entanto, deve ser diferente, na avaliação do UBS-BB. Na visão dos analistas, parte desta redução de 10% nas tarifas deve vir da renegociação do preço da energia que o Brasil compra do Paraguai e que é gerada na usina de Itaipu.

Outras opções, na visão do banco, poderiam ser a redução das despesas com a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) – por causa de usinas que foram contratadas em regime de emergência, mas não foram acionadas – ou a adoção de subsídios governamentais – o que poderia gerar questionamentos sobre o cumprimento do teto de gastos.

Finalmente, o UBS-BB acredita ainda na possibilidade de o governo antecipar a renovação de concessões de geração de energia por meio do pagamento de um prêmio. Isso, porém, precisaria ser feito por meio de uma medida provisória, que teria de ser aprovada pelo Congresso.

Ainda que se discuta que uma das medidas adotadas possa dizer respeito à renovação das concessões de distribuição que começarão a expirar em 2025, o banco não acredita que isso deverá fazer parte das medidas para reduzir as tarifas, e sim de um projeto para modernizar os negócios de distribuição.

Independentemente das medidas adotadas, a expectativa do banco é que uma redução nas tarifas poderia beneficiar companhias do setor de distribuição, aliviando o peso da inadimplência dos consumidores.

Além disso, caso o corte de tarifas ocorra por meio da redução no preço da energia gerada em Itaipu, as mais beneficiadas devem ser distribuidoras que compram energia da hidrelétrica, especialmente as que não apresentam perdas técnicas, como a Light (LIGT3).

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