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GOL (GOLL4) perdeu R$ 2,08 bilhões no 4º trimestre de 2021 com real fraco e aumento em despesas

Empresa reverteu lucro de R$ 16,9 milhões no trimestre do ano anterior devido a despesas para retomar aeronaves e desvalorização do real

Foto: Shutterstock

A Gol (GOLL4), companhia aérea brasileira, registrou um prejuízo líquido de R$ 2,08 bilhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo lucro de R$ 16,9 milhões no igual trimestre do ano anterior.

No ano de 2021 completo a empresa teve um prejuízo líquido de R$ 7,22 bilhões, 20,6% maior do que os R$ 5,98 bilhões registrados em 2020.

Segundo a Gol, o resultado negativo do trimestre se deve a despesas para retomar o uso das aeronaves, que viram seus motores ficarem ociosos em boa parte do ano de 2020 e 2021, e à depreciação do real frente ao dólar. A variação desfavorável no câmbio ajudou a mais que dobrar a despesa da companhia.

Isso ocorre pois cerca de 60% dos custos das companhias aéreas brasileiras são atrelados à moeda americana (incluindo combustível, arrendamento de aeronaves, seguro e certos custos de manutenção).

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O Ebitda, lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação, quando excluídas também as despesas referentes à ociosidade da frota e a itens não recorrentes, cresceu no quarto trimestre em relação a igual período do ano anterior, passando de R$ 558,5 milhões para R$ 1,05 bilhão, um aumento de 88,4%.

A margem Ebitda nestes termos foi de 36,0% nos três últimos meses de 2021, alta de 6,5 pontos percentuais em relação aos mesmos meses de 2020. Segundo a Gol, isso reforça uma tendência de retomada nas operações aéreas com a melhora da pandemia.

A dívida líquida da companhia ficou em R$ 20,30 bilhões no final de dezembro de 2021, um crescimento de 37,7% em relação ao mesmo período em 2020.

Receita e operação

A receita operacional líquida aumentou 54,5% no quarto trimestre do ano passado em relação a um ano antes, passando de R$ 1,89 bilhão para R$ 2,92 bilhões. Deste montante, 95% são de transporte de passageiros, o equivalente à R$ 2,80 bilhões. Os outros 5%, ou R$ 113 milhões, são relacionados ao transporte de cargas e outros itens.

No acumulado de 2021, a receita líquida subiu para R$ 7,43 bilhões, alta de 16,7% em relação ao ano inteiro de 2020.

Os custos da empresa mais que dobraram na comparação entre os três últimos meses de 2020 e os de 2021. Após ter registrado um montante de R$ 2,21 bilhões no período de 2020, atingiu R$ 4,67 bilhões em 2021, um aumento de 111,4%.

O número de passageiros-quilômetro transportados (RPK), um indicador de demanda por voos da companhia, aumentou 16,6% no último trimestre de 2021 em relação ao quarto trimestre de 2020, e está em 67,3% do que era observado no período antes da pandemia.

No último trimestre de 2021, a Gol transportou cerca de 6,5 milhões de passageiros, um aumento de 26,1% em relação ao quarto trimestre de 2020.

Projeções para 2022

Para 2022, a companhia aérea espera que os preços brasileiros de querosene de aviação aumentem 30%. Com isso, a companhia pretende transformar sua frota e espera que até o final do ano, 44 aeronaves do tipo “737-MAX” estejam em operação, o que representaria 32% da frota total.

“Como resultado desse processo de modernização, a Gol espera redução de aproximadamente 8% no seu custo unitário”, afirma a empresa em nota.

A Gol também prevê um crescimento menor na oferta de assentos, embora tenha mantido a previsão para a taxa de ocupação média em 82% – número próximo ao observado no quarto trimestre do ano passado (82,6%). A empresa também reduziu a previsão de receita para o ano que vem – de R$ 14 bilhões para R$ 13,7 bilhões – e prevê lucro por ação perto de zero para 2022.

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