A Gerdau (GGBR4) reportou uma queda de 61,7% no lucro líquido ajustado referente ao quarto trimestre de 2022 quando comparado ao mesmo período do ano anterior, para R$ 1,3 bilhão.
Em todo 2022, o lucro líquido ajustado somou R$ 11,6 bilhões, 16,5% inferior ao resultado dos 12 meses anteriores. Segundo a empresa, a queda foi causada por uma “maior pressão de custos e, principalmente, pela forte base de comparação do ano 2021”.
O resultado do quarto trimestre ficou abaixo das projeções de alguns bancos e corretoras consultados pela Agência TradeMap. A XP, o BTG e o Santander projetavam, respecitivamente, R$ 1,8 bilhão, R$ 2,2 bilhões e R$ 1,5 bilhão de lucro líquido para a companhia.
No quarto trimestre, a empresa também teve uma queda na produção e nas vendas de aço. A companhia produziu 2,8 milhões de toneladas de aço bruto entre outubro e dezembro, 12,6% abaixo do registrado no mesmo intervalo anterior.
Segundo a empresa, o nível de utilização da capacidade de produção no período foi de 68%, um reflexo da sazonalidade esperada para o trimestre, principalmente nos mercados brasileiro e americano, além das paradas programadas de manutenção em algumas unidades, típicas da época do ano.
As vendas no último trimestre de 2022 foram de 2,7 milhões de toneladas, 15,6% abaixo na comparação com o quarto trimestre de 2021. “Apesar de o quarto trimestre refletir um período com volumes de vendas historicamente inferiores aos demais trimestres do ano, cabe observar que as eleições no Brasil, somadas à Copa do Mundo, amplificaram a habitual sazonalidade do período na unidade brasileira”, afirmou a Gerdau em seu balanço.
Nesse cenário, a receita líquida da empresa também recuou. No período, o indicador somou R$ 18 bilhões, 16,7% menor que o visto no quarto trimestre de 2021. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado da Gerdau foi de R$ 3,6 bilhões no período, queda de 39,3% frente os R$ 5,9 bilhões vistos um ano antes.
Tanto o lucro líquido quanto o Ebtida foram ajustados por uma equivalência patrimonial, por perdas com ativos financeiros que não possuem recuperabilidade e por empréstimos compulsórios à Eletrobras. Sem ajustes, o lucro líquido seria de R$ 1,2 bilhão e o Ebitda, de R$ 3,2 bilhões.
Dividendos e aumento de capital da Gerdau
A empresa informou também que a diretoria irá propor para o conselho de administração o pagamento de R$ 332,7 milhõees em dividendos para seus acionistas.
Por ação, seja ordinária ou preferencial, o valor será de R$ 0,20. Segundo a companhia, o pagamento é uma antecipação do dividendo mínimo obrigatório estipulado pela própria empresa. Caso seja aprovado, os pagamentos se dará a partir do dia 23 de março de 2023.
Por fim, a empresa informou ainda que irá elevar o capital social em R$ 966,1 milhões, passando de R$ 19,3 bilhões para R$ 20,2 bilhões. Segundo a Gerdau, o aumento de capital será realizado mediante uma “capitalização de reservas de lucros com bonificação de 5% em ações”.
Dessa forma, a operação será efetivada com distribuição de novas ações entre os acionistas. Serão emitidas, de acordo com a empresa, 83,6 milhões de ações escriturais, sem valor nominal, sendo 28,5 milhões de ordinárias e 55 milhões de preferenciais.
“Os acionistas receberão 5% em ações da mesma espécie, que serão atribuídas a título de bonificação, na proporção de 1 (uma) ação nova para cada 20 ações ordinárias e/ou preferenciais detidas na posição acionária final do dia 21 de março de 2023”, afirmou a Gerdau.