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Genesis Trading, corretora de cripto, bloqueia saques em unidade de empréstimos

Genesis afirma que pedidos de resgate superaram a liquidez disponível e promete apresentar solução nos próximos dias

Foto: Shutterstock/T. Schneider

A corretora Genesis tornou-se a mais recente vítima da turbulência no mercado de criptomoedas. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (16), a empresa disse que bloqueou o resgate de investimentos em sua unidade de empréstimos.

A Genesis disse que vinha tendo problemas de liquidez desde o final de junho, quando o fundo de investimentos Three Arrow Capital deixou de pagar uma dívida de bilhões de reais, mas que desde então vinha adotando medidas para corrigir esta falha.

No entanto, os problemas recentes na corretora FTX “criaram uma turbulência sem precedentes no mercado, resultando em pedidos anormais de resgate que excederam nossa liquidez atual”, acrescentou.

“Nossa prioridade número 1 é servir nossos clientes e preservar seus ativos. Portanto, após consultar nossos assessores financeiros, tomamos a difícil decisão de suspender temporariamente os resgates e a originação da nossa unidade de empréstimos”, afirmou.

Esta unidade da Genesis funciona de forma separada da corretora, e atua como um intermediário entre detentores de criptomoedas e pessoas ou instituições interessadas em tomar empréstimos lastreados nestes ativos.

Com os saques bloqueados, quem emprestou as criptomoedas por meio da plataforma da Genesis fica impedido de resgatá-las.

No final do terceiro trimestre, havia o equivalente a US$ 2,8 bilhões em empréstimos em aberto na plataforma. A maior parte deles (36,5%) era denominado em bitcoin, mas também havia parcelas significativas em dólares (34,6%) e ethereum (16,2%).

A empresa disse que vai apresentar um plano até a semana que vem para solucionar o problema, e que está buscando formas de aumentar a liquidez para voltar a permitir saques.

Bitcoin volta aos US$ 16 mil

Os problemas da Genesis tiveram pouco efeito no mercado, que voltou a aprofundar as quedas após um sopro de alívio na véspera, com investidores surfando novos dados positivos da inflação americana, que levou o Bitcoin (BTC) a superar a faixa de US$ 17 mil.

Por volta das 15h05, a principal cripto do mercado tinha queda de 1,6%, negociada a US$ 16.618, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap. O Ethereum (ETH) sofria mais, com retração de 3%, a US$ 1.221.

Craig Erlam, analista sênior de mercado da Oanda, ressalta que, apesar da recente calmaria após o BTC despencar ao atual patamar, ainda é precipitado estimar que o pior momento passou.

“As manchetes continuam sendo preocupantes e o gráfico de preços não inspira confiança. No curto prazo, é difícil construir um caso otimista para as criptos, dada a grande incerteza no espaço após o desastre do FTX”, afirmou. “Isso não significa que não podemos ver uma recuperação, mas certamente seria o resultado mais surpreendente nesta fase”.

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