A fuga de interessados nos fundos de investimentos se ampliou em fevereiro, mês marcado pelo aumento das incertezas com o futuro das contas públicas e o agravamento das tensões entre o Executivo e o BC (Banco Central).
No mês passado, a indústria de fundos registrou saldo negativo de R$ 28,5 bilhões, acima dos R$ 24,6 bilhões anotados em janeiro. Desde o início do ano, o segmento está R$ 55,3 bilhões no vermelho, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divulgados nesta sexta-feira (3).
Desta vez, nem as opções de renda fixa escaparam da aversão dos investidores. O segmento registrou saldo negativo de R$ 7,51 bilhões no mês passado.
Os títulos de duração baixa foram os principais responsáveis pelo resultado, com saldo no vermelho em R$ 8,70 bilhões. Por outro lado, a captação de R$ 5,3 bilhões do segmento de renda fixa simples evitou resultado pior.
O saldo negativo ocorre diante do fortalecimento das percepções de que a Selic deve se manter pressionada por mais tempo do que o previsto inicialmente, com cortes previstos apenas para o terceiro ou quarto trimestre.
Saiba mais:
A manutenção do atual patamar de 13,75% ao ano favorece o investidor “pular” a indústria de fundos e buscar as oportunidades diretamente nos papéis, seja no mercado privado, como os CDBs, ou nas opções do Tesouro Direto.
Além dessa atratividade, a isenção de impostos de algumas opções, a exemplo das letras de crédito, também aumentam os benefício em aportar de forma direta.
Multimercado volta a liderar perdas
Assim como em janeiro e no acumulado de 2022, os fundos de investimento de multimercado lideraram as quedas de fevereiro, com saldo negativo de R$ 15 milhões, ante mais de R$ 17,6 bilhões no mês anterior.
O segmento de multimercado de estratégias contribuiu com a maior parte do saldo, com total negativo de R$ 12,1 bilhões.
O segmento de ações também voltou ao campo negativo, com perdas de R$ 6,21 bilhões. O resultado mostra melhora ante a saída de R$ 9,16 bilhões em janeiro.
O saldo negativo ficou concentrado nas opções de ativos, responsável pela saída de R$ 5,16 bilhões.
Fundos cambiais e previdência também caem
Os fundos de investimento de previdência também sofreram e fecharam fevereiro com a saída de R$ 1,33 bilhão. No mês anterior, o setor havia acumulado saldo positivo de R$ 320 milhões.
Já os fundos cambiais registraram a saída de R$ 740 milhões no mês passado, acima dos R$ 160 milhões vistos em janeiro.
Os fundos de investimento em ETF foram os únicos que encerram no campo positivo, somando R$ 1,41 bilhão, mas abaixo dos R$ 3,46 bilhões anotados no mês anterior.
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