Os analistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central no Boletim Focus já esperam mais inflação no final de 2022 e 2023, mostra pesquisa publicada nesta segunda-feira, dia 17. Para este ano, a projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi elevada de 5,03% (na última pesquisa) para 5,09%. No ano que vem, as expectativas para a variação de preços subiram de 3,36% para 3,40%.
Na avaliação dos especialistas ouvidos pelo BC, o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano deve ter alta de 0,29%, uma pequena variação para cima em relação ao último levantamento, que apontava crescimento de 0,28%. Já para o ano que vem, as apostam se elevaram de expansão da atividade de 1,70% para 1,75%.
As projeções para o câmbio no final deste ano se mantiveram inalteradas em R$ 5,60 em dezembro — para 2023, houve leve variação para cima (R$ 5,46, ante R$ 5,45 da última pesquisa).
Os analistas mantiveram suas projeções de uma Selic de 11,75% no final deste ano e de 8% no final do ano que vem.
O que é a pesquisa Focus?
O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central às 8h25, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.
O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.
O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.
Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.