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Fed pode sinalizar aceleração da alta de juros na quarta-feira, aponta Pimco

Para gestora, Fed vai elevar juros em 0,5 ponto na quarta e pode deixar porta aberta para alta de 0,75 ponto em julho

Foto: Shutterstock

A gestora americana Pimco, que tinha US$ 2 trilhões sob gestão em março, espera que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, adotará um tom mais hawkish (mais agressivo no aperto monetário) na próxima reunião, na quarta-feira (15).

O cenário base do economista para Estados Unidos da gestora, Allisson Boxer, é que o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed) eleve a taxa básica de juros em 0,5 ponto e deixe a porta aberta para uma aceleração do ritmo de alta de juros para 0,75 ponto em julho.

“Mas se os preços de mercado estiverem refletindo um risco maior de 0,75 ponto nos próximos dias, achamos que isso dará ao Fed uma oportunidade para ser mais agressivo na quarta-feira”, apontou a gestora em relatório.

O presidente do Fed, Jerome Powell, havia sinalizado mais duas altas de 0,5 ponto para as próximas duas reuniões, junho e julho, mas a aceleração da inflação aumentou as chances do banco central americano apertar o passo do aumento nos juros.

O CPI (Índice de Preços ao Consumidor) dos Estados Unidos avançou 1% em maio, acima do esperado pelo mercado e acumulando alta de 8,6% em 12 meses, muito acima da meta de inflação do Fed, que é de 2%.

Em resposta a questionamento da Agência TradeMap sobre o que espera para a próxima reunião, a Pimco afirmou por email que espera uma alta nas projeções dos membros do Fomc para o patamar da taxa básica de juros. Disse ainda que acredita que o presidente do Fed deve sinalizar um comprometimento mais forte do que o adotado na reunião anterior de que fará o que for preciso para combater a inflação.

Para a gestora, Powell deve usar a coletiva que segue o anúncio da decisão para sinalizar que aumentos maiores da taxa básica de juros estão de volta à mesa e que o ritmo de alta não deve desacelerar em setembro, como era esperado por parte do mercado.

“Olhando para o futuro, a inflação mais persistente está resultando em uma política monetária mais agressiva à frente, o que cria sério risco de aperto excessivo e, em última análise, maior risco de queda para nossa perspectiva de crescimento [da economia americana] já estagnada”, alertou a Pimco.

Segundo informações do CME Group baseadas nas negociações de contratos destas taxas, os investidores ainda veem chance de 67,3% de os juros subirem em 0,50 ponto percentual em 15 de junho, quando acontecerá a próxima reunião de política.

Os receios de que o Fed possa optar por um aumento dos juros ainda maior do que o previsto esta semana para conter a inflação levaram os rendimentos do título do Tesouro americano (Treasuries) de dois anos para seus níveis mais altos desde 2007. A taxa do Treasury de dois anos era negociada  a 3,2161% às 13h23.

A alta das taxas dos títulos americanos tem provocado um movimento de aversão a ativos de risco nesta segunda-feira (13), com as bolsas americanas operando em queda.

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