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Fed está realmente unido sobre alta rápida nos juros? É o que ata desta quarta-feira vai mostrar

Ata da última reunião pode trazer indícios de que consenso sobre alta rápida nos juros pode ser mais frágil do que parece

Foto: Shutterstock

Os juros vão subir nos Estados Unidos, em alta velocidade, para tirar a inflação do maior nível em décadas. Isso o mercado já sabe. Mas nesta quarta-feira (12), o Federal Reserve (Fed), banco central do país, apresentará em detalhes como foi a discussão das autoridades para traçar este roteiro – e isso pode mexer com as bolsas.

A ata da reunião mais recente do Fed será publicada às 15h. A Bolsa brasileira estará fechada por causa de um feriado, mas outros mercados relevantes – entre eles o americano – estarão abertos.

O encontro das autoridades aconteceu em 21 de setembro – antes, portanto, de dados que mostraram desaceleração no ritmo de contratações nos Estados Unidos e queda na atividade industrial do país. Estes dois indicadores fizeram o mercado rever a perspectiva para a trajetória dos juros e esperar um avanço mais lento das taxas.

Diante disso, o documento é importante porque mostrará quantas autoridades do Fed estavam defendendo alta rápida nos juros e quantas argumentaram por uma elevação mais lenta.

No comunicado com a decisão de política monetária, divulgado no mês passado, o banco central se posicionou de forma unânime pela alta mais rápida das taxas. Mas, no detalhe, as discussões podem dar pistas sobre quão sólido é este consenso.

Uma das conversas que podem ser retratadas na ata e que chamarão atenção diz respeito ao nível ideal para a taxa de juros ao fim de 2023. A mediana das estimativas do Fed apontou que este nível seria de 4,6% ao ano, e que isso seria suficiente para levar a inflação à meta de 2,0% em 2025.

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O UBS ressalta, porém, que os dados mostraram um comitê dividido, com seis membros defendendo juros de 4,9% ao fim do ano que vem e outros seis favoráveis a uma taxa de 4,4%.

“A discussão em torno da taxa terminal pode lançar alguma luz sobre o quão prontamente o Fed está disposto a arriscar a expansão” da economia, acrescentou o banco.

Vale lembrar que, em setembro, o presidente do Fed, Jerome Powell, fez questão de reforçar um discurso austero contra a inflação, reiterando que o banco central está disposto inclusive a trocar crescimento econômico por estabilidade de preços.

Qualquer hesitação do Fed em relação a este plano pode ser interpretada como um sinal de que o banco central vai mudar de postura.

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Nesta semana, dois membros do comitê de política monetária do Fed – Lael Brainard e Charles Evans – discursaram e sugeriram em suas falas que estão preocupados com um aumento excessivo nos juros.

O ING, porém, ponderou que ambos estão entre os membros do Fed menos inclinados a defender altas de juros, e que “há pouco espaço para dúvida” em relação ao compromisso do banco central em colocar um freio na alta de preços.

O Scotiabank também acha que uma mudança de postura por parte do Fed parece ser algo distante.

“A inclinação em contrariar a tendência do mercado de flertar com cortes nas taxas de juros no ano que vem pode refletir o nervosismo do comitê em relação aos riscos de inflação ou uma preocupação em não encorajar condições financeiras mais frouxas antes de concluir o trabalho de combater a inflação”, acrescentou.

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