Após muita tensão nas bolsas mundiais em torno da reunião, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) finalmente decide, nesta quarta-feira (26), os rumos da política monetária na maior economia do mundo. Os juros serão mantidos próximos de zero, mas a dúvida que não deixa os investidores dormirem é: quais os sinais que serão enviados sobre a redução do balanço patrimonial do banco? A instituição dará pistas sobre a quantidade de aumentos na taxa básica em 2022?
Especialistas são quase unânimes na aposta de que o Fed sinalizará que o ciclo de alta começa já em março, mas falta consenso sobre o que dirá sobre o próprio balanço –na prática, vender títulos equivaler a remover da economia dos EUA os dólares injetados durante os anos de crise.
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Para países emergentes como o Brasil, essa costuma ser uma má notícia, já que menos liquidez e juros mais elevados nos EUA retiram atratividade de ativos considerados mais arriscados. Entretanto, o mercado brasileiro vem resistindo à volatilidade provocada por esse movimento por causa da redução de juros na China, que beneficia as nossas commodities e atrai investimentos estrangeiros interessados em proteção.
A decisão será divulgada às 16h, e às 16h30 o presidente do banco central americano, Jerome Powell, concede entrevista coletiva.
Bolsas internacionais sobem
Apesar disso, os principais índices acionários do exterior operam em alta na manhã de hoje, após as fortes perdas observadas recentemente por causa do aperto monetário iminente nos EUA. Só o índice Nasdaq Composto, dos Estados Unidos, acumula queda de 13,5% neste ano.
Segundo o Danske Bank, a expectativa do mercado em relação à decisão do Fed mantém em segundo plano, ao menos por enquanto, as preocupações com potenciais consequências de um conflito armado entre Rússia e Ucrânia e com o aumento nos casos de Covid-19.
O índice Euro Stoxx 50, que reúne grandes empresas da zona do euro, subia 2,31%. Nos Estados Unidos, os contratos futuros dos principais índices também subiam – Dow Jones avançava 0,95%, S&P 500 tinha alta de 1,34% e Nasdaq subia 2,00%.
IPCA-15 de janeiro
Por aqui, às 9h, todos os olhos estarão voltados para a divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A expectativa é que o indicador desacelere a alta registrada no mesmo período de dezembro. Se o índice mostrar uma expansão maior, o cenário de uma nova alta de 1,5 ponto percentual na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que acontece na semana que vem, será reforçado.
Há outras divulgações importantes na agenda brasileira. Às 9h30, o Banco Central solta a nota sobre transações do Brasil com o exterior de dezembro, e às 14h30 será informado o Relatório Mensal da Dívida Pública do Tesouro em dezembro.
Nos EUA, às 12h30, o Departamento de Energia divulga os estoques acumulados de petróleo bruto até 21 de janeiro –o dado pode mexer com as cotações.