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Eztec (EZTC3) gasta mais, vende menos e lucro cai 40% no segundo trimestre

Construtora registrou lucro líquido de R$ 83,12 milhões, abaixo das expectativas do mercado

Foto: Shutterstock

A construtora Eztec (EZTC3) sentiu na pele os efeitos da inflação no segundo trimestre deste ano, que elevou seus custos e despesas, e terminou o período com lucro líquido de R$ 83,12 milhões, queda de 40,4% na comparação com o segundo trimestre do ano passado, impactado também por receitas menores.

O resultado anotado pela construtora ficou levemente abaixo do antecipado pelo mercado, que já esperava números impactados pela inflação. O Santander esperava um lucro de R$ 90,5 milhões, enquanto o Bank of America estimava R$ 85 milhões, e o Itaú BBA projetava R$ 84 milhões.

A inflação pesou sobre os resultados da companhia em diversas frentes. A margem bruta recuou 10,9 pontos percentuais em relação ao segundo trimestre de 2021 e 4,6 p.p. contra os três primeiros meses deste ano, para 34,7%, pressionada pela alta nos preços dos materiais de construção e no custo da mão de obra.

A margem bruta também frustrou as expectativas já pessimistas dos analistas, de 37% para o Santander, 35,4% para o BofA e 35,5% para o BBA.

“Salientamos que esta redução deve ser pontual e limitada a este trimestre”, disse a companhia, no relatório de balanço publicado na noite desta quinta-feira (11), explicando que os contratos firmados com os clientes são corrigidos pelo INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) com cerca de dois meses de atraso.

“Com isso, é de se esperar uma recomposição de margem na mesma proporção nos trimestres à frente”, completa a Eztec.

A construtora destaca que, apenas ao longo do segundo trimestre, o INCC acumulou alta de 5,46%. O custo dos imóveis vendidos foi de R$ 158,46 milhões no trimestre, 0,80% acima do anotado no segundo trimestre de 2021, enquanto os custos de obras e terrenos subiram 2,24% na mesma base de comparação, para R$ 156,2 milhões.

No entanto, os custos de construção não foram os únicos a crescer. As despesas gerais e administrativas também tiveram expansão na base anual, de 23,5%, totalizando R$ 34,97 milhões, devido ao dissídio de salários e à contratação de serviços específicos executados no trimestre, segundo a Eztec.

As despesas comerciais, por outro lado, caíram 5,71% em relação ao segundo trimestre de 2021, para R$ 23,1 milhões mesmo em meio a esforços para elevar o volume de vendas.

Além de gastar mais, a Eztec também vendeu menos. As vendas líquidas da construtora fecharam o trimestre em R$ 231,3 milhões, recuo anual de 19%.

A receita líquida, por sua vez, ficou em R$ 242,56 milhões, queda de 16% em relação ao registrado no segundo trimestre de 2021.

A companhia lançou dois empreendimentos no trimestre, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 414,4 milhões, 55,3% abaixo do lançado no mesmo período do ano passado.

“Temos mantido cuidado especial ao selecionar os projetos mais adequados para lançamento, visando aqueles que resultem tanto em velocidade de vendas atrativa no lançamento, retorno compatível com o histórico da companhia e manutenção de um ritmo de vendas que auxilie na busca pela redução dos estoques anuais”, declarou a companhia.

A velocidade de vendas do segundo trimestre foi de 7,8%, contra 14,2% registrados em igual período do ano passado, impactada pelo fato de os dois lançamentos realizados pela Eztec terem ocorrido no fim do trimestre, isto é, com menos dias de vendas contabilizados no período.

Os distratos (cancelamento da compra de imóveis pelos consumidores) fecharam o trimestre a R$ 35,15 milhões, valor 10% menor do que o anotado nos mesmos três meses do ano passado.

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