EWZ, principal ETF do Brasil no exterior, cai mais de 2% nos EUA após ataques em Brasília

O Ishares Msci Brazil (EWZ), principal fundo do Brasil negociado nos Estados Unidos, operava em baixa de mais de 2% no pré-mercado americano nesta segunda-feira (9), um dia depois de manifestantes atacarem e depredarem os prédios dos Três Poderes em Brasília (DF).

Por volta das 9h10, o EWZ recuava 2,47%, enquanto os contratos futuros dos principais índices de ações dos EUA subiam cerca de 0,30%.

Outros ativos do Brasil com negociação nas bolsas americanas também tinham desempenho negativo. Os ADRs da Petrobras, por exemplo, recuavam 1,46%, enquanto os da Vale caíam 0,62%. Os do Bradesco caíam 3,50%, enquanto os do Itaú Unibanco eram uma das exceções, subindo pouco mais de 1,00%.

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, 300 pessoas foram detidas ontem durante a ação policial para conter milhares de manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o prédio do Supremo Tribunal Federal. Nos três locais houve depredação de patrimônio público.

O combate aos invasores começou de forma tardia, e autoridades do governo reconheceram que houve falha na segurança.

O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi exonerado do cargo após o incidente. Antes de ocupar o cargo, ele havia sido ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além disso, o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, foi afastado por 90 dias do cargo por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, horas depois de pedir desculpas pela falha na proteção aos prédios, que era da responsabilidade de seu governo.

Segundo Moraes, a conduta de Ibaneis Rocha se mostrou “dolosamente omissiva”, pois, além de dar declarações defendendo uma falsa “livre manifestação política em Brasília”, mesmo ciente por todas as redes que ataques às instituições e seus membros seriam realizados, também ignorou os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante aos realizados nos últimos dois anos em 7 de setembro.

“Absolutamente nada justifica a omissão e conivência do secretário de Segurança Pública e do governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”, afirmou.

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