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Em dia marcado por volatilidade, Ibovespa opera no zero a zero, à espera de ata do Fed

Por volta das 13h15, o principal índice da B3 caía 0,14%, aos 113.359 pontos

Foto: João Tessari/TradeMap

O Ibovespa opera perto da estabilidade tentando se desvencilhar da queda dos mercados externos e da pressão de Vale (VALE3) para emplacar mais um pregão em alta, à espera da ata do Fed (Federal Reserve, banco central americano).

Por volta das 13h15, o principal índice da B3 caía 0,14%, aos 113.359 pontos. A ponta negativa era composta por Qualicorp (QUAL3), que perdia 5,08%, Americanas (AMER3), com queda de 3,63% e Via (VIIA3), que recuava 5%.

Na sequência aparecia a Vale (VALE3), que perdia 2,60%. A queda da mineradora pressiona o índice já que o seu papel é o mais negociado na Bolsa, atingindo 15% dos negócios, de acordo com dados da B3. A ação recua após o Itaú BBA divulgar um relatório rebaixando sua recomendação de compra para neutra.

O banco tomou essa posição após o preço do minério de ferro sofrer um baque nos últimos meses, diante da conjuntura econômica na China, que sofreu com as políticas de zero Covid.

O BBA alterou a recomendação da Vale de compra para marketperform (equivalente à neutra), enquanto o preço-alvo para a ADR passou de US$ 20 para US$ 15, um upside de 10% em relação ao preço de tela. O preço-alvo do papel negociado por aqui foi para R$ 77, o que traz uma valorização também de 10%.

“Não esperamos uma produção forte de metal no país e estamos reduzindo nossas estimativas para o preço do minério de ferro para US$ 115 por tonelada este ano contra US$ 125 por tonelada antes. Em 2023, nossa expectativa é de US$ 90”, afirmaram os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares.

Diante desses números, o Itaú BBA vê um lucro menor para a Vale e, consequentemente, retornos menores em dividendos nos próximos meses.

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Ainda do lado negativo do índice, Locaweb (LWSA3) cedia 2,28%, BRF (BRFS3) perdia 1,98%, Yduqs (YDUQ3) caía 1,78% e Weg (WEGE3) apontava em 1,50% para baixo.

Na avaliação de Larissa Quaresma, analista da Empiricus, tanto o mercado interno quanto o externo aguardam a divulgação da ata da última reunião do Fed. “O documento pode dar uma luz ao ritmo de aperto monetário lá fora. Nesta terça saíram os dados de varejo nos EUA e vieram piores do que o esperado, isso tem causado volatilidade nas bolsas externas”.

Do dia 3 de agosto para cá, data da última reunião do Fed, houve a divulgação de dados mostrando uma perda de fôlego da alta de preços nos EUA, que estão no maior patamar em quatro décadas. O CPI (índice de preços ao consumidor) ficou estável em julho, cenário melhor que o esperado pelo mercado, e o PPI (índice de preços ao consumidor) teve queda.

Altas do pregão

Na ponta positiva, Cielo (CIEL3) ganhava 4,41% e liderava as altas. A empresa, vale ressaltar, tem tido um ano positivo e já valorizou mais de 130% desde o início do ano.

No segundo trimestre, a empresa teve lucro líquido recorrente de R$ 383 milhões, alta de 112,5% em relação a igual período do ano passado. Embora o resultado tenha surpreendido o mercado, os fatores que levaram ao crescimento do lucro já eram esperados.

O principal deles é o avanço do negócio de antecipação de recebíveis, um serviço que a Cielo disponibiliza aos estabelecimentos comerciais e que permite que o faturamento de vendas feitas no cartão de crédito seja antecipado.

Depois dela, as altas vinham de empresas de múltiplos setores, com destaque para o setor elétrico. A CSN Mineração (CMIN3) subia 4,60%, a Copel (CPLE6) ganhava 3,90%, o Pão de Açúcar (PCAR3) avançava 3,52% e a Cemig (CMIG4) ganhava 3,48%.

A Petrobras (PETR4), por sua vez, segunda empresa de maior peso no Ibovespa, estende seus ganhos recentes e avança 1,19% no pregão. A alta acompanha, em partes, s deve a recuperação do preço do Brent no mercado externo.

De acordo com a ICE, os contratos futuros para o barril estão sendo avaliados a US$ 92 nesta tarde, uma valorização de 0,3% na comparação intradia. Mais cedo, o preço da commodity chegou a atingir US$ 95.

Bolsas internacionais

Lá fora, o movimento dos mercados é negativo. Além de aguardarem a ata da última reunião do Fed, os americanos digerem os dados de varejo no país.

O desempenho do setor ficou estável em julho na comparação com o mês anterior, de acordo com o Census Bureau. A expectativa dos especialistas, segundo o banco Wells Fargo, era de aumento de 0,2%.

Entenda:

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Enquanto isso, em Wall Street, o Dow Jones perdia 0,86%, o S&P 500 caía 1,11% e o Nasdaq recuava 1,70%.

Na Europa, a inflação do Reino Unido atingiu 10,1% no acumulado de 12 meses ante 9,8% das projeções do mercado, renovando a máxima dos últimos 40 anos. Essa divulgação acende um alerta para possíveis reajustes na taxa de juros no país.

Com isso, já perto do fechamento, os mercados acionários do Velho Continente recuavam em bloco. O Euro Stoxx 50 caía 0,93%, o DAX 30 perdia 2% e o FTSE 100 apontava em 0,30% para baixo.

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