Depois de divulgar seu balanço referente ao terceiro trimestre, as ações da Eletrobras (ELET3;ELET6) estão entre as maiores quedas do Ibovespa nesta quarta-feira, 17.
Por volta das 17h45, as ações ordinárias (ELET3) recuavam 6,45%, a R$ 32,32, enquanto os papéis preferenciais (ELET6) caíam 6,67%, a R$ 31,78.
O movimento negativo não surpreendeu a equipe do Goldman Sachs, que disse em relatório que já esperava reação negativa do mercado, diante do reconhecimento de provisões para contingências feitas pela empresa.
No período, foram contabilizados R$ 9,4 bilhões em provisões, correspondentes a 17% do valor de mercado da companhia até o último fechamento, majoritariamente relacionados a empréstimos compulsórios.
O impacto negativo das provisões foi parcialmente compensado pelo reconhecimento de R$ 4,27 bilhões referente à renegociação do risco hidrológico.
Apesar do peso sobre os papéis, o banco disse notar que o reconhecimento pode sugerir uma limpeza do passivo contingente da empresa, o que poderia ser algo positivo durante o processo de capitalização da companhia, com potencial de movimentar R$ 23 bilhões.
Compra ou venda?
Mesmo com a reação negativa do mercado aos resultados da Eletrobras, o Goldman Sachs manteve a recomendação de compra para as ações, com preços-alvo de R$ 48 para ELET3 e de R$ 53 para ELET6 em 12 meses.
Os valores representam valorização potencial de 41,2% e de 58,2%, respectivamente, em relação aos preços de fechamento de terça-feira.
Destaques operacionais
A Eletrobras registrou lucro líquido de R$ 965 milhões durante o terceiro trimestre, retração de aproximadamente 66% em comparação aos R$ 2,8 bilhões obtidos no mesmo período do ano anterior.
O resultado operacional, medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, em português) ajustado, ficou 11% abaixo das projeções do banco americano, ao totalizar R$ 3,79 bilhões, com as exclusões feitas pelo banco do resultado de equivalência patrimonial de R$ 920 milhões e de IFRS de R$ 879 milhões.
Os resultados recorrentes foram marcados por altos custos de compra de energia, que superaram as estimativas de R$ 400 milhões do Goldman Sachs e somaram R$ 1,53 bilhão.
Segundo o banco, estes custos foram puxados pela menor produção hídrica e maiores preços por conta da má situação hidrológica durante o trimestre.
O banco americano ainda destaca que, entre julho e setembro, a empresa teve uma forte geração de fluxo de caixa de R$ 5,6 bilhões. Durante os próximos nove anos, o Sachs reitera que a companhia terá um fluxo de caixa “muito estável e de baixo risco”.