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EDP Brasil (ENBR3): Venda de usina pode aumentar dividendos e ação salta mais de 3%

Papel liderava as altas do Ibovespa nesta quarta-feira, a R$ 22,98

Foto: Divulgação

A venda da usina de Mascarenhas, anunciada pela EDP Brasil (ENBR3) na noite da última terça-feira (30), foi bem recebida pelo mercado, uma vez que gera valor para a companhia, está alinhada à estratégia de reduzir exposição à geração de energia hidrelétrica e pode elevar os dividendos pagos aos acionistas, de acordo com analistas.

Em resposta, a ação liderava as altas do Ibovespa nesta quarta-feira (31), subindo 3,2% por volta das 14h25, a R$ 22,87.

Em fato relevante na noite de ontem, a EDP anunciou a venda de sua subsidiária Energest, detentora da usina hidrelétrica Mascarenhas, para a Victory Hill Global Sustainable Energy Opportunities, por R$ 1,225 bilhão.

A EDP irá receber R$ 800 milhões no fechamento da operação e o restante conforme condicionantes estabelecidas no processo de renovação da usina.

A usina tem 198 megawatts (MW) de capacidade instalada e possuía patrimônio líquido de R$ 263,5 milhões em junho de 2022. Além disso, gerou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 176,2 milhões nos últimos 12 meses.

“A companhia reitera seu compromisso com o plano de negócios em reduzir sua exposição hídrica e criar valor ao acionista através da cristalização de valor”, disse a EDP Brasil.

Apesar da reação positiva do mercado, Herbert Suede e Maíra Maldonado, analistas da XP Investimentos, destacam, em relatório publicado nesta quarta, que a venda da Energest era esperada e que a EDP tem duas outras usinas, a Jari e a Cachoeira Caldeirão, à venda. “Então podemos esperar mais novidades como esta em um futuro próximo”, afirmam.

Valor da venda é positivo para a EDP

O valor de venda, de acordo com João Pimentel e Gisele Gushiken, analistas do BTG Pactual, em relatório distribuído nesta quarta, favorece a EDP.

Nos cálculos do banco, o valor justo da usina, medido pelo valor presente líquido (NPV), é de R$ 572 milhões – sem considerar a renovação da concessão. “Assim, consideramos o pagamento de R$ 800 milhões assertivo para a EDP, gerando um NPV de R$ 228 milhões (R$ 0,4 por ação), com o potencial pagamento de R$ 425 milhões como um upside, pois não consideramos a extensão da concessão nos nossos números”, afirmam os analistas.

A Safra Corretora, por sua vez, acrescenta que a venda deve somar R$ 354 milhões ao lucro líquido total da EDP, e também avalia o valor do negócio como positivo. “Vemos isso como um desinvestimento que gera valor para a EDP, pois avaliamos a Energest EV em R$ 333 milhões, sem considerar a renovação da concessão”, afirmam os analistas, também em relatório de hoje.

Já a XP estima uma TIR real de 8,9% para o comprador, o que considera um negócio justo para ambas as partes. A TIR, ou taxa interna de retorno, é uma medida utilizada para avaliar a viabilidade financeira de projetos, utilizando uma estimativa inicial de retorno.

Acionistas também podem se dar bem

A transação também tem potencial de elevar o pagamento de dividendos da EDP. Considerando que 50% do valor arrecadado seja destinado a dividendos, os analistas do BTG elevam sua projeção de dividend yield em 2022 para 6,8%, de 5,5%.

O Safra também acredita que parte do valor pode ser direcionado para uma distribuição adicional de dividendos, mas que a maior parte do caixa arrecadado deve ser alocado em projetos em andamento.

Os analistas do banco estimam um potencial de distribuição de dividendos vindos desta operação de R$ 177 milhões, implicando um dividend yield de 1,4%. A projeção do Safra é que, se a empresa distribuir metade de seu lucro neste ano, o dividend yield deve ser de 8,4%.

O pagamento de dividendos também deve ser beneficiado pelo endividamento da companhia que, com a capitalização, deve permanecer em 2,5 vezes o Ebitda até o final do ano, estima a XP.

Mercado otimista

O BTG tem recomendação neutra para as ações da EDP, com preço-alvo de R$ 23, o que corresponde a alta de 4% em relação ao valor do papel no fechamento de terça-feira, de R$ 22,16.

A XP e o Safra, por sua vez, indicam a compra da ação, com preços-alvo de R$ 21 e R$ 22,60, respectivamente – potenciais de baixa de 5% e alta de 2%.

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