Dólar está caro? Taxa de câmbio real era mais alta quando Lula foi eleito pela 1ª vez, diz Órama

A taxa de câmbio atingiu recentemente R$ 5,46 por dólar, voltando aos níveis observados em meados deste ano e ficando a algumas dezenas de centavos da máxima histórica, de R$ 5,93, atingida em maio de 2020.

No entanto, segundo cálculos da Órama, a moeda americana já esteve muito mais cara se levada em conta a chamada taxa de câmbio real – que ajusta os números pela inflação do Brasil e dos Estados Unidos.

De acordo com a corretora, sob este ponto de vista, o período em que o dólar estava mais caro para os brasileiros foi há 20 anos, na véspera da primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente, em 2002.

Na ocasião, a taxa de câmbio nominal girava em torno de R$ 4,00, mas em termos reais equivalia a R$ 8,00, a preços de hoje.

O cálculo foi feito com base numa série histórica que vai de dezembro de 1999 até outubro de 2022, antes do segundo turno das eleições deste ano.

E para onde o dólar vai?

Em relatório, o economista-chefe da Órama, Alexandre Espirito Santo, diz que a previsão da corretora para a taxa média de câmbio neste ano segue entre R$ 5,15 e R$ 5,25 por dólar.

Nas contas da Órama, o preço justo do real neste momento é de R$ 5,27 por dólar. Este número consiste no valor médio da taxa de câmbio real das últimas décadas (R$ 4,36), acrescido de um “prêmio” de R$ 0,91 por causa da expectativa de desequilíbrio nas contas públicas.

Quando o governo gasta mais do que arrecada e fica com as contas desequilibradas, a tendência é que a inflação aumente e corroa o poder de compra do real. É essa perspectiva de enfraquecimento da moeda que justifica o “prêmio” embutido pela Órama no preço justo da moeda.

Para 2023, a Órama aumentou a previsão para a taxa de câmbio média para a faixa de R$ 5,00 a R$ 5,20. Antes, essa estimativa ia de R$ 4,50 a R$ 4,60.

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