A demanda chinesa por carne bovina brasileira deve continuar forte em 2023, mesmo com uma queda nas exportações no mês de novembro. Essa é a avaliação do BTG Pactual, conforme relatório enviado a clientes nesta terça-feira (6).
As exportações de carne bovina do Brasil para a China em novembro foram “decepcionantes” na avaliação do BTG, com uma queda de 27% na comparação com o mês de outubro. Junto a isso, o banco notou uma baixa de 13% nos preços na mesma comparação.
Apesar do recuo, as importações chinesas atingiram o recorde de 2,6 milhões de toneladas em outubro, o que deixa os analistas do BTG animados. Além disso, os preços da carne bovina continuam ganhando competitividade em relação a outras proteínas no país, destacou o BTG.
Os analistas ainda acrescentam que a maior oferta de animais no Brasil e fortes spreads domésticos podem significar que alguns dos volumes que seriam embarcados agora estão sendo redirecionados para o mercado doméstico.
“A China costuma ser um parceiro comercial volátil durante esta época do ano e, à medida que as comemorações do ano novo se aproximam, os estoques mais altos e o tempo para as exportações chegarem ao país podem de fato significar uma demanda mais fraca nos próximos meses”, comentam os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin, do BTG Pactual.
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No mês de novembro, a China ainda representou a maior parte dos volumes de exportação brasileira, sendo 63% do total. O BTG assinala que os Estados Unidos ganharam espaço em termos de volume, com 8% do total, mas que os preços foram “fracos”, provavelmente pressionados por tarifas de importação e pelo mix de produtos.
“Não nos preocuparíamos muito com essa desaceleração repentina na China, no entanto”, finalizam os analistas do BTG.
Na Bolsa, o pregão desta terça-feira (6) tem sido de baixa para alguma das principais ações do setor. Entre as maiores quedas do Ibovespa, os papéis da Minerva (BEEF3) cediam 3,29% por volta das 15h40, enquanto os da BRF (BRFS3) e da JBS (JBSS3) recuavam 2,35%.