De olho em ações de shoppings? Para a XP, o segredo é analisar o público de cada empresa

Se o cenário para o consumo em 2022 é desanimador, com juros e inflação em alta, a corretora acredita que é melhor escolher empresas que lidam com clientes mais resilientes a crises

Foto: Divulgação

Com a reabertura da economia após restrições à mobilidade para combater a pandemia de coronavírus, as vendas em shoppings têm se recuperado – e a tendência é que a retomada siga a todo vapor. Algumas categorias de shoppings, porém, devem se recuperar mais rapidamente do que as demais.

Em relatório distribuído a clientes nesta segunda-feira, dia 20 de dezembro, a XP avalia que o investidor deve dar preferência aos empreendimentos que são frequentados por um público de renda mais alta. Afinal de contas, se o cenário para o consumo em 2022 é desanimador, com juros e inflação em alta, é melhor escolher empresas que lidam com clientes mais resilientes a crises.

De qualquer forma, a corretora acredita que o cenário para o setor como um todo é positivo. Ainda que as perspectivas para a economia não sejam as melhores, as restrições às mobilidades estão caindo e a vacinação está avançando.

“Dada a taxa de vacinação acelerada, esperamos ver os dados operacionais e financeiros se recuperando significativamente no futuro, levando a um potencial de revisão para cima das estimativas acima do consenso”, explica o relatório.

Confira a visão da XP sobre as principais companhias do setor.

Multiplan (MULT3)

A XP tem recomendação de compra para a Multiplan, com preço-alvo de R$ 28, e a classifica como sua preferida no setor. A preferência pela empresa leva em conta seu portfólio premium, focado nas classes mais altas, “que tende a ser mais resiliente em meio ao ambiente desafiador no curto prazo e se recuperar mais rapidamente do que outros segmentos de renda após a reabertura dos shoppings”.

O principal risco para a empresa, na análise da corretora, é uma recuperação mais lenta do que a esperada em vendas, considerando as dificuldades macroeconômicas. Maiores descontos nos aluguéis, aumento da inadimplência, uma evolução mais fraca do que o esperado do recém-inaugurado ParkJacarepaguá, no Rio de Janeiro, e atrasos nas próximas expansões também são riscos.

Por volta das 15h30, o papel era negociado em baixa de 3,96%, a R$ 19,16, seguindo a tendência do Ibovespa, que perdia 2,26%, aos 104.775 pontos.

BR Malls (BRML3)

A recomendação sobre a BR Malls, neutra, foi mantida, com preço-alvo de R$ 12. A XP aponta o valuation atrativo das ações e os esforços da gestão da empresa para fortalecer seu portfólio, que já têm se refletido sobre os números operacionais, que demonstraram resiliência em meio à pandemia.

A corretora enxerga como maior risco para a empresa uma pressão maior do que a esperada sobre o portfólio em meio à crise atual e à solidez financeira dos inquilinos.

A ação tinha queda de 5,47%, a R$ 7,95.

Iguatemi (IGTI11)

Para o Iguatemi, a XP atualizou a recomendação para compra, de neutra, considerando seu posicionamento premium e a perspectiva positiva que ainda não está refletida no preço da ação.

Assim como para as demais, o maior risco sobre o Iguatemi é o efeito da crise e um potencial aumento nas taxas de inadimplência e nos descontos dos aluguéis.

A R$ 182,22, o papel caía 4,57%.

LOG CP (LOGG3)

A recomendação para a LOG CP também foi mantida neutra, com preço-alvo de R$ 28. A XP, porém, vê potencial de crescimento para a empresa, considerando seu banco de terrenos considerável e seu conhecimento sólido, a forte demanda por ativos logísticos de alta qualidade, o aumento da demanda por capilaridade geográfica e o balanço patrimonial sólido.

O risco, aqui, seriam atrasos potenciais no desenvolvimento dos galpões e um ritmo de arrendamento mais lento do que o esperado devido a aumento da concorrência ou desaceleração da demanda.

A ação operava em baixa de 4,19%, a R$ 23,76.

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