CSN (CSNA3) e outras siderúrgicas caem após protestos e alta em casos de Covid na China

Nem mesmo a alta de mais de 2% do minério de ferro em Dalian, na China, com a tonelada negociada a US$ 105,07, foi suficiente para colocar as siderúrgicas e as mineradoras brasileiras do lado positivo do Ibovespa nesta segunda-feira (28).

Isso porque, em uma iniciativa incomum à população chinesa, o fim de semana foi marcado pelo aumento de protestos. O alvo das manifestações foi a política zero Covid adotada pela China, mas os participantes também aproveitaram para pedir a renúncia do presidente Xi Jinping – que recentemente conseguiu um terceiro mandato -, além da saída do Partido Comunista do poder.

A iniciativa bateu diretamente no mercado chinês, com o Hang Seng, o principal índice acionário da bolsa de Hong Kong, fechando o pregão desta segunda-feira (28) em queda de quase 2%.

Os protestos acontecem em meio a um novo recorde de casos de Covid-19 na China. No domingo, o número de novas infecções passou de 40 mil, revivendo as preocupações com a possibilidade de lockdowns como os que foram adotados pelos chineses no segundo trimestre.

Segundo o Goldman Sachs, as cidades consideradas de alto risco para novos surtos são responsáveis por 65% do PIB da China.

Tudo isso somado levou o mercado a esperar impactos na segunda maior economia do mundo e nas cadeias de suprimento global.

Na bolsa brasileira, quem sofre são as ações de CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5), que estão entre as maiores quedas do dia, assim como Gerdau (GGBR4) e a CSN Mineração (CMIN3). A única exceção era a Vale (VALE3), que operava em leve alta.

A China é um grande consumidor de aço e minério de ferro, e uma desaceleração econômica por lá pode resultar em queda na demanda por estes produtos.

No caso da Gerdau, nem mesmo o anúncio de que a empresa irá investir até R$ 1,5 bilhão em energia limpa para tentar reduzir custos reflete positivamente nas ações da siderúrgica brasileira.

Por volta de 12h, o papel ordinário da CSN caía 1,74%, seguido pela ação preferencial da Usiminas que tinha queda de 3,15%, enquanto a preferencial da Gerdau tinha baixa de 0,34% e o papel ordinário da CSN Mineração operava em baixa de 0,56%. A Vale, por sua vez, tinha alta de 1,29%.

Em relatório publicado nesta segunda-feira, a XP afirma que o anúncio de novas restrições já tem causado protestos populares em cidades relevantes como Pequim e Xangai. Além disso, o mercado começa a se preocupar com os potenciais impactos de novas paralisações na economia da China.