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Credit Suisse avisa que pode ter mais prejuízos e ação despenca

Credit Suisse tenta se recuperar após perder credibilidade no mercado, mas ainda enfrenta fuga de capital de investidores

Foto: Shutterstock/Michael Derrer Fuchs

O Credit Suisse avisou aos acionistas que deve ter perdas bilionárias no quarto trimestre de 2022, ainda decorrentes das dificuldades enfrentadas na área de banco de investimentos.

Em comunicado, a instituição financeira disse que o grupo deve registrar um prejuízo de aproximadamente US$ 1,5 bilhão, sem considerar impostos, nos últimos três meses deste ano. As ações da companhia caíam 5% por volta das 9h em reação à notícia.

O Credit Suisse é um dos bancos mais tradicionais da Europa e um dos maiores do mundo, mas nos últimos anos têm enfrentado uma crise de falta de credibilidade.

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O principal motivo para isso é a fama de negligente que o banco ganhou após tomar prejuízos bilionários com o colapso das empresas Archegos e da Greensil em 2021.

O próprio Credit Suisse admitiu que poderia ter evitado as perdas se tivesse sido mais diligente ao analisar o risco destes investimentos.

No documento divulgado nesta quarta-feira (23), a instituição indicou que ainda sobre os efeitos da perda de credibilidade, ao afirmar que do início de outubro até 11 de novembro houve saída líquida de aproximadamente US$ 88 bilhões em ativos e investimentos que estavam depositados na instituição.

Boa parte dos saques aconteceu na área de gestão de patrimônio – a divisão do Credit Suisse responsável por administrar fortunas. Uma parcela menor aconteceu na área bancária.

“Na gestão de patrimônio, os fluxos de saída diminuíram significativamente em relação aos níveis elevados das duas primeiras semanas de outubro, mas não foram revertidos ainda”, disse o Credit Suisse no documento. “No banco, este saldo dos clientes estabilizou”, acrescentou.

Credit Suisse receberá injeção de capital

O banco suíço também anunciou que os acionistas aprovaram medidas para aumentar o capital da companhia em cerca de US$ 4 bilhões.

Serão duas emissões de ações. A primeira exclusivamente para investidores institucionais e sem a participação dos atuais acionistas, e a segunda com a participação dos sócios da companhia.

Em setembro, rumores de que o Credit Suisse precisaria de uma injeção de capital deixaram o mercado preocupado com a solvência do banco.

A administração do Credit Suisse descartou essa hipótese e apresentou um plano para reerguer a instituição, que inclui, além da venda de novas ações, a emissão de aproximadamente US$ 5 bilhões em títulos de dívida e a venda de parte dos negócios da companhia para a Apollo Global Management, o que deve diminuir a exposição do banco a ativos de risco.

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