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Compra da Extrafarma pela Pague Menos (PGMN3) deve ser aprovada, apesar de risco maior de “remédios”, veem analistas

Superintendência-Geral do Cade definiu a transação como “complexa”, o que pode atrasar o processo de aquisição

Foto: Divulgação

Na última sexta-feira (11), a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) definiu como “complexa” a aquisição da rede de farmácias Extrafarma, do Grupo Ultra, pela Pague Menos (PGMN3), anunciada no primeiro semestre do ano passado.

A definição aumenta o risco de o órgão impor “remédios” à compra, segundo analistas, mas a percepção é que a transação deve ser aprovada. Outra visão é que a declaração seria uma tentativa do Cade de ter mais tempo para analisar a operação, de acordo com Denis Morante, sócio-fundador da Fortezza Partners.

Segundo Morante, o prazo de 330 dias que o Cade teria para analisar a proposta está chegando ao fim. A declaração de “complexidade”, na visão do especialista, sugere que o órgão deverá fazer a transação passar pelo rito ordinário, mais lento, em vez de pelo sumário. Assim, ele estima que o processo leve mais tempo do que o esperado.

A XP Investimentos espera que o fechamento da operação ocorra em meados do segundo trimestre deste ano, considerando que o parecer final do Cade deve levar entre 60 e 90 dias.

A aquisição, avaliada em R$ 600 milhões, elevaria o número de lojas da Pague Menos para 402, e reforçaria o posicionamento da rede nas regiões Norte e Nordeste. Na visão da equipe de analistas da Genial Investimentos, segundo comentários ao mercado, algumas barreiras podem ser impostas principalmente em alguns pontos do Nordeste, onde a Pague Menos já lidera o mercado.

“Apesar do anúncio do Cade, continuamos otimistas em relação à aprovação da aquisição, mesmo diante de eventuais remédios que possam ser aplicados sobretudo em algumas praças do Nordeste em que a Pague Menos já exerce a liderança”, diz a Genial.

Em comentários nesta segunda-feira (14), a equipe de analistas da XP Investimentos afirma que essa declaração do Cade é comum em operações do tipo, relembrando casos como as operações entre Carrefour (CRFB3) e Grupo BIG, Ultrapar (UGPA3) e Alesat, BMF&Bovespa e Cetip, Hapvida (HAPV3) e NotreDame (GNDI3), Ambev (ABEV3) e Red Bull e a venda da Oi Móvel (OIBR3).

De todas essas, destaca a XP, a única que acabou não sendo aprovada foi a compra da Alesat pela Ultrapar. Na ocasião, o órgão entendeu que os mercados regionais poderiam ser afetados pelo acordo. Além disso, o Cade e as empresas não chegaram a um acordo em relação à adoção de restrições.

Assim, a corretora também não vê o anúncio referente à Pague Menos como um motivo para preocupação com a aprovação da transação, mas ressalta o aumento do risco de recomendação de remédios.

A Genial Investimentos e a XP têm recomendação de compra para a ação, com preços-alvo de R$ 17,90 e R$ 13, respectivamente.

De acordo com dados da Refinitiv disponíveis na plataforma TradeMap, todas as sete casas de análise consultadas indicam compra para o papel da Pague Menos. A mediana de preços-alvo dos analistas é de R$ 14,50, o que representa alta de 61% em relação ao preço do fechamento da última sexta-feira, de R$ 9,01.

Por volta das 15h40 desta segunda-feira, a ação era negociada em alta de 0,22%, a R$ 8,99.

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