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Como BRF (BRFS3) e M. Dias Branco (MDIA3) podem se beneficiar do novo acordo entre Rússia e Ucrânia

Acordo põe fim a bloqueios russos à exportação ucraniana de grãos pelo Mar Negro

Foto: Shutterstock

Depois de cinco meses de bloqueios russos aos portos ucranianos no Mar Negro, os dois países assinaram, nesta sexta-feira (22), um acordo que permite à Ucrânia exportar grãos, principalmente milho e trigo, a partir destes portos – o que, na visão de analistas do Itaú BBA, tem potencial de aliviar a alta nos preços destas commodities e, como consequência, favorecer empresas que dependem destas matérias primas.

Apesar de os dois países não terem divulgado detalhes sobre os termos do acordo, a expectativa, segundo Gustavo Troyano, Renan Moura e Victor Gaspar, analistas do BBA, é que as quase 20 toneladas de grãos atualmente estocadas no porto de Odesa sejam gradualmente liberadas ao mercado, dando alívio às altas de preço.

Isso é particularmente relevante considerando a participação da Rússia e da Ucrânia no comércio global. Nos últimos três anos, os dois países responderam por 18% das exportações globais de milho e 28% das de trigo, nota o banco. Assim, a solução para o impasse pode “ter um impacto direto no comércio global dessas commodities”.

Quem sai ganhando

Quando o impasse teve início, a expectativa dos analistas do BBA era que, entre as empresas brasileiras, M. Dias Branco (MDIA3) e BRF (BRFS3) seriam as mais impactadas pela inflação das commodities, uma vez que a primeira tem o trigo como principal matéria prima, e a segunda depende do milho para a alimentação de animais.

Agora, então, essas duas companhias devem ser as mais beneficiadas pelo acordo, segundo o banco. “Na nossa visão, essa notícia deve apoiar a performance destas companhias no curto prazo, conforme as expectativas de inflação de custo desaceleram”, afirmam os analistas.

Há, no entanto, uma ressalva, que poderia voltar a pesar sobre a BRF – a possibilidade de a exportação de proteínas da Ucrânia também ser liberada.

Em 2021, diz o BBA, a Ucrânia respondeu por cerca de 10% das importações de frangos da Arábia Saudita, que é também um importante mercado da empresa brasileira.

“Desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia e da desaceleração das exportações ucranianas de frango, a BRF tem se beneficiado de um ambiente benigno de oferta e demanda no Oriente Médio”, explicam os analistas. “Se o acordo for estendido a exportações de proteínas, também pode ter um impacto negativo nas dinâmicas de lucro para as operações internacionais da BRF”, completam.

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