Com a alta nos preços da energia na Europa, causada pelo agravamento da guerra na Ucrânia e a aproximação do inverno, a União Europeia tem tomado medidas para buscar eficiência energética – e isso pode favorecer a fabricante de equipamentos WEG (WEGE3), de acordo com analistas do Itaú BBA.
Na Europa, os preços da energia estão em níveis recorde, subindo em cinco vezes desde o início do ano, segundo Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano, analistas do BBA, em relatório distribuído nesta quarta-feira (31). Diante disso, a Comissão Europeia lançou seu plano RePowerEu.
Em um primeiro momento, o foco do plano é buscar fontes alternativas para fornecimento de gás. No longo prazo, porém, o objetivo é impulsionar a eficiência energética e dobrar a exposição a fontes de energia renovável.
É aí que a WEG pode sair ganhando. Motores industriais representam cerca de 25% do consumo de energia da União Europeia, de modo que a demanda por motores e drives industriais de baixa voltagem, que são parte do portfólio de produtos da WEG, pode aumentar.
Isso, de acordo com o banco, já vem se traduzindo em fluxos recordes de pedidos para concorrentes europeus da WEG, como a Siemens e a ABB.
E, na visão dos analistas, a brasileira está bem posicionada para capturar parte desta demanda. A WEG tem sete fábricas na Europa, focadas principalmente na produção de motores industriais.
Além disso, apesar de a receita da companhia no continente vir crescendo em um ritmo anual de cerca de 10% nos últimos cinco anos, totalizando US$ 700 milhões nos últimos 12 meses (cerca de 15% da receita total), a participação da WEG no mercado é de apenas 5%. “Ainda vemos espaço para crescimento, pois o mercado é enorme e a participação da WEG é pequena”, afirmam os analistas.
“Em uma situação em que a concorrência pode enfrentar dificuldades para atender à demanda crescente, acreditamos que a WEG pode acelerar seu ganho de participação de mercado”, completam.
Os analistas do BBA reiteram sua classificação de outperform para a ação – isto é, acreditam que o papel deve ter desempenho superior à média do mercado –, devido ao potencial de os resultados da companhia superarem as projeções e ao preço da ação, que o banco considera atrativo.
O preço-alvo fixado pelos analistas é de R$ 36, o que corresponde a alta de 27% em relação ao valor do papel no fechamento de terça-feira (30), de R$ 28,39.