Com vendas recordes, lucro líquido ajustado do Iguatemi (IGTI11) salta 167% no 2º trimestre

Sem ajustes, resultado foi pressionado pela desvalorização das ações da Infracommerce no período

Foto: Divulgação

Com vendas recordes e crescimento de 48,8% na receita líquida, o Iguatemi (IGTI11) encerrou o segundo trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 55,4 milhões, 166,7% acima do registrado no mesmo período do ano passado e 38% acima dos níveis do segundo trimestre de 2019, período anterior à pandemia de Covid-19.

Em seu resultado ajustado, a operadora de shopping centers exclui os efeitos negativos de linearização, do swap de ações e, principalmente, da variação das ações da Infracommerce (IFCM3), em que a Iguatemi detém participação.

Quando estes aspectos são considerados, o resultado é de prejuízo líquido de R$ 133,3 milhões, contra lucro de R$ 317,9 milhões nos mesmos três meses de 2021.

Esse efeito já era antecipado por parte do mercado. Em relatório de prévia do balanço, analistas da Eleven escreveram que “o FFO [fluxo de caixa recorrentes das operações] e o lucro líquido devem ser fortemente impactados pela performance negativa das ações da IFCM3, que apresentaram uma queda de 69% no segundo trimestre e passam pelo resultado financeiro”.

O FFO  ajustado foi de R$ 94,3 milhões, 58,4% acima do segundo trimestre de 2021 e praticamente em linha com as estimativas do Itaú BBA, de R$ 94 milhões. A XP Investimentos, por sua vez, projetava um FFO de R$ 99 milhões.

A receita líquida do Iguatemi atingiu R$ 253,6 milhões no segundo trimestre, alta de 48,8% na comparação anual e 34,7% acima do pré-pandemia – impulsionada pela alta nas vendas.

De uma maneira geral, a receita encerrou o período na média das projeções do mercado: o Bank of America esperava R$ 229 milhões, o BTG Pactual, R$ 252,5 milhões, e o Santander, R$ 264,7 milhões.

“No segundo trimestre de 2022 evoluímos em diversos indicadores da companhia. Em vendas, os nossos shoppings continuaram avançando versus 2019, com excelentes resultados no dia das mães e namorados, que contribuíram para o forte crescimento”, afirmou a companhia, no relatório de balanço publicado na noite desta terça-feira (2).

As vendas totais saltaram 56% na comparação com o segundo trimestre de 2021, para R$ 4,3 bilhões – superando em 30,2% o registrado no mesmo período de 2019.

O Ebitda, por sua vez, terminou o trimestre a R$ 166,6 milhões, alta de 25,7% contra igual período de 2019, com margem Ebitda de 65,7%.

Considerando as lojas que já estavam abertas no segundo trimestre de 2019, as vendas (SSS) cresceram 31%. Com essa mesma premissa, os aluguéis (SSR) cresceram 56,2% em relação a 2019.

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As vendas, de acordo com a companhia, foram impulsionadas pelo segmento de moda, calçados e artigos de couro, que cresceu 51,2% contra o segundo trimestre de 2019, e por artigos diversos, saúde e beleza e joalherias, com crescimento de 31,4%.

A alta nos aluguéis, por sua vez, foi reflexo da retirada de descontos praticados durante a pandemia, possibilitada pelo aumento das vendas e por economias nos gastos com condomínio.

“Mesmo com os aluguéis nesse patamar, tanto os números do custo de ocupação quanto de inadimplência líquida ficaram abaixo dos valores do mesmo período de 2019, demonstrando a resiliência de vendas do portfólio Iguatemi”, afirma a companhia. A inadimplência encerrou o trimestre em 2,3% negativos, enquanto a taxa de ocupação ficou em 93,4%.

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