A Ambev (ABEV3) deve ter um terceiro trimestre misto, segundo analistas consultados pela Agência TradeMap, que esperam um bom desempenho das operações brasileiras, enquanto as operações internacionais devem apresentar mais “atrasos”. Por volta de 12h30, os papéis da cervejaria recuavam 1,17%, a R$ 15,25.
Segundo o Bank of America, as operações brasileiras devem superar os negócios internacionais no penúltimo trimestre deste ano. Em relatório, os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares acreditam que a receita por hectolitro de cerveja no Brasil deve subir 15% na comparação anual, mesmo com uma pequena redução nos volumes.
Para os analistas, a Ambev deve ter um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de R$ 5,3 bilhões no terceiro trimestre, valor 2,8% menor que os R$ 5,45 bilhões vistos no mesmo período em 2021.
O banco americano espera ainda que o volume total produzido pela empresa recue 0,5% na comparação anual, atingindo 45 milhões de hectolitros no trimestre. Já a receita prevista pelo BofA é de R$ 20,27 bilhões no período, um avanço de 9,6% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Já o lucro líquido deve ser de R$ 2,82 bilhões, 20% abaixo dos R$ 3,55 bilhões anotados no mesmo intervalo do ano anterior.
“Prevemos que a recuperação do Brasil ainda esteja no caminho certo, mas as operações internacionais estão atrasadas, em nossa opinião, enquanto os custos devem permanecer como um vento contrário em todas as unidades de negócios”, diz a XP Investimentos, em relatório.
Na visão do Itaú BBA, a Ambev deve ter resultados “um pouco mais fracos do que o esperado”, mesmo avaliando que a produção de cerveja no Brasil tenha bons resultados. O banco projeta um lucro líquido de R$ 2,6 bilhões para o trimestre, 20% abaixo do visto no mesmo período do ano passado.
O BBA vislumbra também uma queda na produção na comparação anual, mas atribui isso a uma forte base comparativa. Apesar disso, o banco acredita que a empresa deve realizar “sólidos aumentos de preços no período, uma vez que os dados do IPCA indicam forte impulso para os preços da cerveja, apesar da tendência deflacionária do índice geral de inflação”.
“Embora a decepção com as operações internacionais traga aos investidores um sabor de ‘cerveja choca’ no curto prazo, continuamos positivos com a tese da empresa. Prevemos que 2023 seja um ponto de virada para as margens devido ao alívio nos preços das commodities”, acrescenta a XP, em relatório.