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Com Lula ou Bolsonaro, Petrobras (PETR4) agora enfrenta menor risco de intervenção, diz Goldman

Ações podem seguir enfrentando volatilidade até o resultado da eleição, na visão do banco

Foto: Shutterstock

Independentemente do resultado da eleição presidencial, que vem (e pode continuar) gerando volatilidade para as ações da Petrobras (PETR4;PETR3), a companhia hoje enfrenta menos riscos de intervenção governamental do que em 2011, quando ocorreu o último ciclo de forte intervenção, diz o Goldman Sachs.

Além disso, a avaliação de Bruno Amorim, Joao Frizo e Guilherme Costa Martins, analistas do banco americano, é que, mesmo que ocorra intervenção, a situação atual da companhia deve fazer com que as consequências sejam menos negativas.

“A principal conclusão é que, de uma perspectiva operacional, o negócio de exploração e produção de petróleo está muito melhor (custos menores, capex menor, geração de caixa mais forte)”, dizem os analistas, em relatório distribuído na noite desta quarta-feira (5). “Assim, uma intervenção similar à do ciclo de 2011-15 na política de precificação de combustíveis poderia levar a um resultado menos negativo”, completam.

Durante o ciclo de intervenção de 2011-15, com o agravamento de uma alocação de capital ineficiente, o fluxo de caixa livre da Petrobras passou para o negativo, e a alavancagem aumentou.

Porém, destaca o banco, a empresa passou por um turnaround entre 2016 e o primeiro semestre de 2021, marcado pela convergência dos preços dos combustíveis aos níveis internacionais, pela otimização de capex e pela venda de ativos não-centrais. Mais recentemente, ainda, o período entre o segundo semestre de 2021 e 2022 foi marcado por altos pagamentos de dividendos e pela redução do endividamento da empresa.

Assim, a companhia chegou à situação atual, em que se beneficia de menores capex de exploração e produção, fruto dos investimentos no pré-sal da última década; de custos de produção menores; de margens positivas e de um menor capex de refino.

Além de esperar impactos menores, o Goldman acredita que a própria possibilidade de intervenção diminuiu em relação ao período anterior, como mencionado anteriormente. Isso se deve, de acordo com o banco, principalmente à consistência na distribuição de altos proventos e à implementação de medidas por parte da companhia para moderar os preços dos combustíveis e impulsionar o investimento em energias renováveis.

Considerando que parte dos dividendos pagos pela Petrobras vai para o governo, o fato de a companhia vir distribuindo valores elevados, somados aos impostos pagos ao governo, que hoje são mais altos devido à maior rentabilidade, reduz o incentivo para uma intervenção, na avaliação do Goldman.

Diferentemente do período anterior, ainda, o estatuto atual da Petrobras menciona explicitamente que a companhia não deve subsidiar preços de combustíveis sem que haja compensação do governo.

Apesar de preferir a exposição a produtoras independentes de petróleo, como a Petroreconcavo (RECV3), os analistas do Goldman recomendam compra para a ação da Petrobras, com preço-alvo de R$ 34,90 para o papel ordinário (PETR3) e de R$ 31,70 para a preferencial (PETR4).

Vale ressaltar que, em seu cenário-base, o Goldman não considera nenhuma intervenção governamental.

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