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Com inadimplência em alta, Santander (SANB11) aumenta proteção contra calotes e lucro desacelera

A taxa de inadimplência do banco ficou em 2,9% no segundo trimestre, alta de 0,7 ponto percentual ante um ano antes

Com o aumento dos atrasos nos pagamentos de empréstimos no Brasil, o Santander confirmou a tendência que se imaginava para os balanços dos bancos do segundo trimestre e apresentou um aumento nos recursos destinados a cobrir eventuais calotes, as chamadas provisões para devedores duvidosos (PDD), uma espécie de colchão de proteção contra a inadimplência.

As provisões do Santander no Brasil cresceram 24,6% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre, para R$ 5,7 bilhões. Embora seja uma “reserva”, o montante entra como despesa no balanço e afeta o lucro líquido da instituição, que apresentou um crescimento tímido no período, de apenas 2% ante o primeiro trimestre, para R$ 4,084 bilhões — uma desaceleração em relação à variação do primeiro trimestre, de 3,2% ante o trimestre anterior.

O resultado líquido, apesar de ter apresentado uma expansão que beira a estabilidade, superou todas as projeções de analistas colhidas pela Agência TradeMap. A que chegou mais próxima foi a do Goldman Sachs, que tinha previsto um lucro líquido de R$ 3,99 bilhões para o Santander, seguido pelo BTG, com estimativa de R$ 3,98 bilhões, pelo Bank of America, que esperava R$ 3,8 bilhões.

Os analistas que foram mais surpreendidos foram os do Itaú BBA, que tinha projeção de R$ 3,6 bilhões, e da XP Investimentos, com expectativa de R$ 3,5 bilhões.

Santander

O aumento nas provisões não é apenas um movimento de precaução, mas também uma reação ao que já tem ocorrido. No segundo trimestre, a taxa de inadimplência (atrasos superiores a 90 dias) do Santander saltou para 2,9%, um aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao segundo trimestre do ano passado.

A taxa de inadimplência para atrasos de 15 a 90 dias, que costuma ser observada pelos analistas como uma espécie de antecipação do indicador de atrasos mais longos, apresentou um avanço ainda mais expressivo, saindo de 3,3% no segundo trimestre do ano passado para 4,2% no segundo trimestre deste ano.

O aumento da inadimplência tem sido um fenômeno em todo o sistema financeiro do Brasil e ocorre principalmente por causa da alta dos juros básicos, que saltaram de 2% ao ano para 13,25% ao longo do último um ano e meio, em uma reação à aceleração da inflação, que corrói a renda dos brasileiros e também diminui a capacidade de pagamento.

O avanço dos juros, porém, também gera um efeito positivo para os bancos, que passam a ganhar mais nas operações de crédito. No segundo trimestre, a margem financeira do Santander com os clientes somou R$ 14,8 bilhões, crescimento de 28,3% em relação a igual período do ano passado e de 3,2% ante o primeiro trimestre.

E o spread bancário (a diferença entre o que o banco paga no mercado para captar recursos e o que ganha ao emprestar) saltou para 11,5% no segundo trimestre, de 9,9% um ano antes.

A carteira de crédito do Santander, por sua vez, terminou o segundo trimestre com R$ 468,5 bilhões, crescimento de 6,5% ante o nível que tinha ao fim do segundo trimestre do ano passado e de 2,9% em comparação ao resultado do primeiro trimestre deste ano.

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