Com eleição e dados econômicos no radar, Ibovespa acompanha exterior e cai quase 2%

O Ibovespa inicia a semana recuando quase 2%, abaixo dos 110 mil pontos, no aguardo de dados econômicos no Brasil e nos Estados Unidos e antes da eleição presidencial do Brasil, agendada para o próximo domingo (2).

Por volta das 13h15, o principal índice da Bolsa brasileira caía 1,69% e operava aos 109.825 pontos. A ponta negativa do índice tinha SLC Agrícola (SLCE3), recuando 5,75%, Sulamerica (SULA11) caindo 4,70%, Positivo (POSI3), perdendo 45,70% e o BTG Pactual (BPAC11), desvalorizando 4,71%.

Rodrigo Jolig, CIO da Alphatree Capital, diz que hoje é “mais um dia difícil para os mercados”. “Vemos um movimento de depreciação na libra e no euro, além de observarmos as taxas de juros em alta nos EUA. Os mercados seguem operando num cenário ‘nervoso’, e a Bolsa brasileira ‘apanha’ junto”.

Ao longo da semana, serão divulgados dados macroeconômicos, como a ata da última reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária do BC, e a divulgação do IPCA-15, a prévia da inflação para o mês de setembro.

Além disso, os olhos estão abertos para a última semana de campanha eleitoral antes do primeiro turno. Vale ressaltar que, historicamente, esses períodos trazem uma volatilidade ao mercado doméstico.

Nos EUA, o mercado ficará sabendo do novo índice de gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), que mede a inflação americana, na sexta-feira (30).

A queda no preço de algumas commodities também ajuda a pressionar alguns setores da Bolsa. Após retomar os US$ 100 na semana passada, o minério de ferro voltou a cair na bolsa de Dalian, na China, perdendo 1,46%, a US$ 99,20 por tonelada.

Tirando a Vale (VALE3), que sobe levemente, o restante das companhias ligadas ao minério recua na Bolsa. A Usiminas (USIM5) perde 2,10%, a CSN (CSNA3) cai 0,50% e a Gerdau (GGBR4) recuava 1%.

O petróleo, por sua vez, continua rodando a faixa de US$ 90. Após operar perto dos US$ 83 no final da semana passada, a commodity valoriza 0,5% nesta segunda e é cotado a US$ 85 no mercado futuro da ICE. Com isso, Petrobras (PETR4) caía 0,57%, 3R Petroleum (RRRP3) desvalorizava 3,29% e Prio (PRIO3) perdia 1,81%.

A antiga Petrorio divulgou nesta manhã que comprou uma participação no Campo de Itaipu por US$ 75 mil a ser pago na conclusão da transação, e US$ 26,9 milhões após definições pós-assinatura de contrato.

Para o analista CNPI da Agência TradeMap, Jader Lazarini, o investimento já era esperado, e dá continuidade ao crescimento da empresa. “Embora não tenha sido aceita pela Petrobras ao realizar uma oferta por Albacora Oeste, recentemente comprou a Dommo Energia (DMMO3), antiga OGX, visando royalties”, relembra, em análise.

Com Wahoo, Albacora Leste e Frado, a Prio prevê que sua produção diária sairá dos cerca de 50 mil barris por dia para aproximadamente 120 mil barris por dia em três anos.

As poucas que sobem

Num pregão tomado pelo sentimento de aversão ao risco, poucos papéis operam em alta no Ibovespa.

No horário acima, Americanas (AMER3) avançava 0,32%, IRB (IRBR3) ganhava 1,89%, Qualicorp (QUAL3) subia 0,22% e Weg (WEGE3) valorizava 0,30%.

Recentemente, essas empresas caíram muito por motivos diversos, entre eles cenário econômico desafiador e, no caso de IRB, a dúvida sobre a dificuldade financeira que a empresa vem enfrentando.

Cenário externo

Os mercados globais estendem as perdas da última semana e iniciam está de forma predominantemente negativa.

Isso porque os investidores continuam a monitorar pressões inflacionárias e a perspectiva de uma política monetária mais agressiva por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

“A OCDE também reduziu sua projeção de crescimento do PIB global em 2023 de 2,8% para 2,2%, em virtude da forte crise energética e alta inflação ao redor do mundo”, diz a XP, em relatório matinal. 

Na Europa, a libra esterlina atingiu seu menor valor contra do dólar dos últimos 37 anos com preocupações acerca da situação fiscal do país, já que a nova primeira-ministra, Liz Truss, estuda cortar impostos.

Veja o desempenho dos mercados internacionais nesta segunda-feira: