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Cogna (COGN3) reforça tendência de retomada do crescimento da receita a partir de 2023

No primeiro trimestre de 2022, a receita líquida da educacional totalizou R$ 1,176 bilhão

Foto: Shutterstock

Após uma sequência de queda na receita desde o início da pandemia de Covid-19, quando o ensino presencial teve de ser suspenso, a Cogna (COGN3) se vê no caminho certo após os resultados de 2021 e do primeiro trimestre deste ano reforçarem a tendência de retomada do crescimento dessa linha a partir de 2023.

No primeiro trimestre de 2022, a receita líquida da educacional totalizou R$ 1,176 bilhão, uma alta de 6,4% quando comparada ao mesmo período do ano anterior.

A expansão reflete, principalmente, o resultado positivo da subsidiária Vasta – a Kroton, braço de educação superior e responsável pela maior parte do resultado da companhia, que apresentou queda de 4,9% em sua receita, para R$ 702 milhões.

E a contração nas receitas da Kroton não é novidade: com o início da pandemia de Covid-19, a companhia viu o faturamento despencar, uma vez que o ensino a distância cobra mensalidades mais baratas do que o presencial.

Agora, mesmo com o arrefecimento da pandemia, o EAD tende a continuar crescendo em participação, por opção da empresa, que pretende apostar mais no modelo. Com o passar do tempo, o efeito estatístico da redução do presencial vai ficando para trás e o faturamento da Kroton deve voltar a crescer, segundo a companhia.

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Foco em 2023

Os números do primeiro trimestre, de acordo com Roberto Valerio, CEO da Cogna, em comentários durante a teleconferência de resultados na manhã desta sexta-feira (13), já dão sinais de que a companhia está no caminho certo. “O resultado mostra que estamos cada vez mais próximos do ponto de inflexão de receita e reforça a tendência de retomada do crescimento a partir de 2023”, afirmou.

A companhia ressalta que as reduções de receita seguem perdendo velocidade a cada trimestre. No primeiro trimestre de 2021, houve recuou 19,2% na base anual. No quarto trimestre do ano passado, a baixa foi menor, de 9,9%.

A convicção da gestão da companhia é de que a Kroton voltará crescer suas receitas no ano que vem foi impulsionada, de acordo com Valerio, pela melhoria do volume de captação e da receita captada, além da redução na taxa de evasão.

Na mais recente safra de matrículas, o volume de captação teve aumento de 21% em relação ao mesmo período de 2021, enquanto a receita captada cresceu 6,3% e a evasão diminuiu 0,9 ponto percentual.

Outro ponto importante, segundo o CEO, é que a estratégia de priorizar o ensino híbrido e digital, que vem pressionando a rentabilidade, também permite maiores margens, já que os custos de operação são mais baixos.

“Escolhemos ser uma empresa menor em receita, porque o ticket médio é menor, mas melhor em rentabilidade”, diz o executivo, que acredita que há espaço para melhoria de margens nos próximos anos.

No primeiro trimestre, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente da Kroton foi de R$ 138 milhões, com margem Ebitda de 33,9% – ante margem de 29,7% nos mesmos três meses de 2021.

Como o mercado avaliou os resultados?

Em relatórios publicados nesta sexta-feira (13), os analistas da XP Investimentos e do BTG Pactual parecem concordar com a visão da Cogna de que os números do primeiro trimestre mostram que a companhia está no caminho certo – mas mantêm postura cautelosa.

De maneira geral, os resultados acima do esperado agradaram. O lucro líquido ajustado reportado pela Cogna, de R$ 55 milhões, contrasta com a projeção de prejuízo de R$ 47 milhões da XP e de perdas de R$ 18 milhões do BTG.

“Definitivamente, vimos os primeiros sinais de recuperação nos resultados do primeiro trimestre de Cogna, que gostamos. Mas, considerando todos os desafios relacionados à expansão de suas margens operacionais, juntamente com o aumento das despesas financeiras, não esperamos uma recuperação em forma de V (em termos de fluxo de caixa para o acionista”, afirmam os analistas do BTG.

“Os resultados parecem indicar que a empresa está recuperando gradativamente sua lucratividade, embora ainda não vejamos sinais positivos suficientes para mudar nossa visão cautelosa em relação às ações”, diz a XP.

Assim, depois dos resultados, as duas instituições reiteraram sua classificação neutra para o papel.

De acordo com dados da Refinitiv disponíveis no TradeMap, de 13 instituições financeiras consultadas, oito indicam a manutenção do papel em carteira, enquanto as outras cinco recomendam a venda do papel. A mediana de preços-alvo dos analistas é de R$ 2,75 – potencial de alta de 5%.

Por volta das 13h39, as ações da Cogna eram negociadas em alta de 0,77%, a R$ 2,63.

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