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Cogna (COGN3) recupera alunos, mas resultado levará tempo para melhorar; ações sobem

Empresa volta a ter base de 1 milhão de alunos na graduação, mas especialistas ainda veem resultados fracos no curto prazo

Foto: Shutterstock

As ações da Cogna (COGN3) estão entre as que mais sobem dentre os componentes do índice Ibovespa depois de a companhia reportar que voltou a ter 1 milhão de alunos ativos no segmento de graduação – algo que não acontecia desde 2015. Por volta das 13h45 (de Brasília), as ações da companhia subiam 5,53%, a R$ 2,48.

Foi naquele ano que as empresas de ensino superior começaram a sentir os efeitos de políticas mais restritivas para o FIES, programa voltado a financiar o estudo de pessoas de baixa renda em universidades e faculdades privadas. As novas vagas relacionadas ao programa foram reduzidas pelo governo, e isso contribuiu para diminuir a base de alunos nos anos seguintes.

Histórico da base de alunos de graduação da Cogna

gráfico com histórico da base de alunos da Cogna
Fonte: Cogna

Outros fatores também prejudicaram a Cogna naquele ano – entre eles a contração da economia. O lucro da empresa, porém, continuou aumentando até 2017, quando somou R$ 1,8 bilhão. Dali em diante, no entanto, os resultados começaram a diminuir, conforme a perda de alunos se acentuou.

Em 2020, a empresa sofreu outro forte golpe – a pandemia de Covid-19. A ausência dos alunos e a inadimplência nas mensalidades forçaram a Cogna a fazer uma reestruturação, reduzindo o número de unidades físicas e cortando despesas. Ainda assim, naquele ano, a companhia teve prejuízo de R$ 5,8 bilhões.

As mudanças feitas naquele período começam a dar resultados, segundo especialistas. A BB Investimentos considera que o perfil operacional da Kroton, carro-chefe da Cogna, evoluiu muito – a margem Ebitda desta divisão, por exemplo, passou 3,0% em 2020 para 28,8% em 2021.

“No entanto, esta ‘virada de página’ em busca de um ciclo mais positivo de resultados e de maior geração de valor ao acionista coincidiu com um cenário econômico doméstico muito desfavorável, além do momento de grande volatilidade no mercado de ações, que pode aumentar ainda mais no segundo semestre deste ano, em razão das eleições”, disse o banco num relatório publicado em abril.

Outras casas de análise, como a XP Investimentos e o BTG Pactual, também reconhecem que a empresa vem se recuperando e aumentando sua capacidade de gerar lucro, mas ainda demonstram dúvidas com a rapidez com que a Cogna voltará a apresentar números semelhantes aos de 2017.

O BTG Pactual, inclusive, prevê que a Cogna divulgará um prejuízo líquido de R$ 17 milhões – após exclusão de itens não recorrentes – quando apresentar seu balanço do primeiro trimestre, na próxima quinta-feira (12).

“Permanecemos neutros, pois a empresa está lutando para entregar fluxo de caixa positivo para o acionista e seu balanço patrimonial continua alavancado”, disse o banco.

Dentre 13 recomendações para a ação colhidas pela Refinitiv e disponíveis na plataforma TradeMap, quatro são de venda da ação da Cogna e as demais de manutenção do papel. Os especialistas consultados também acham que a ação está perto de seu preço justo – de R$ 2,75, na mediana das projeções.

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