ClearSale (CLSA3) vai aos EUA para comprar empresa que gerencia estornos a consumidores

Fundada em 2015 e sediada em Utah, a ChargebackOps custará US$ 3,6 milhões à ClearSale, segundo fato relevante publicado nesta quarta (26)

Foto: divulgação

A ClearSale, uma das empresas de tecnologia que surfaram a onda de IPOs do ano passado e é especializada em combater fraudes no comércio eletrônico, está fazendo valer o dinheiro que levantou com investidores e acaba de anunciar mais uma aquisição, a segunda do ano. 

Dessa vez, a ClearSale foi aos Estados Unidos para comprar uma companhia que se dedica a gerenciar estornos de transações feitas com cartão de débito ou crédito pela internet, em situações nas quais o consumidor foi vítima de algum tipo de fraude ou simplesmente porque ele ficou insatisfeito e pediu o dinheiro de volta. 

Fundada em 2015 e com sede em Utah, a ChargebackOps vai custar US$ 3,6 milhões à ClearSale, segundo fato relevante publicado nesta quarta-feira (26). O montante, se convertido pela cotação do câmbio de hoje, equivale a R$ 19,5 milhões. 

Os vendedores ainda podem desembolsar mais US$ 600 mil, divididos em duas parcelas adicionais, caso a adquirida cumpra com algumas cláusulas de performance nos próximos 24 meses. 

Segundo a ClearSale, a ChargebackOps encerrou 2021 com uma receita total de US$1 milhão e uma margem de lucro operacional (Ebitda) superior a 20%. A empresa adquirida tem 12 funcionários e 20 clientes, que basicamente são empresas de comércio eletrônico. Em resumo, a ChargebackOps atua a favor das companhias de e-commerce para contestar os estornos e para reverter eventuais perdas de receita com as devoluções.

“A ClearSale entende que sua solução antifraude e a solução de disputa e gerenciamento de chargeback (estornos) da ChargebackOps são complementares e que o gerenciamento de chargeback está se tornando parte do negócio principal”, afirma a empresa, no comunicado. 

A aquisição anunciada nesta quarta pela ClearSale está alinhada à primeira compra do ano, feita na semana passada, da brasileira Beta Learning, também especializada em soluções antifraude para empresas que atuam na internet. 

Na ocasião, a ClearSale explicou que a aquisição seria importante para driblar uma dificuldade que a companhia tem de encontrar mão de obra especializada no mercado, uma vez que estaria incorporando o time técnico da Beta Learning, formado por 110 pessoas. 

O pagamento pela Beta Learning será feito por meio de uma primeira parcela de R$ 40,1 milhões e duas parcelas adicionais, que devem somar R$ 12,4 milhões, mas que podem variar de acordo com variáveis vinculadas ao desempenho da sociedade ao longo dos próximos 24 meses. 

A ClearSale, que abriu capital em julho do ano passado, conseguiu captar R$ 1,3 bilhão. Desde então, porém, não tem tido sorte na Bolsa, com uma queda acumulada de 59,8% das ações, segundo dados disponíveis na plataforma do TradeMap. 

 Com a alta dos juros, os investidores têm andado com pouco apetite para empresas de tecnologia, que frequentemente precisam se financiar no mercado de capitais para impulsionar a expansão. 

 No terceiro trimestre, a ClearSale teve prejuízo líquido de R$ 45,2 milhões, após ter tido um lucro de R$ 4,1 milhões em igual período do ano anterior. 

 Nesta segunda-feira, a ação da companhia fechou em queda de 2,14%, a R$ 10,05.

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