Cielo (CIEL3): analistas veem alta de lucro no 4º trimestre e menor ritmo de avanço em transações

A Cielo (CIEL3), empresa cuja ação teve a maior valorização em 2022 entre as que fazem parte do Ibovespa, será a primeira do índice a publicar os resultados referentes ao quarto trimestre do ano, na noite desta quinta-feira (26). Segundo a expectativa do mercado, a companhia deve apresentar mais um crescimento de lucro.

Os analistas do Santander, por exemplo, estimam que a Cielo, líder do setor de pagamentos, deve mostrar um lucro líquido recorrente de R$ 504 milhões para os últimos três meses de 2022, alta de 35% em relação a igual período de 2021 e de 19% ante o terceiro trimestre do ano passado.

A instituição lembra que a empresa tem se beneficiado de uma estratégia de reprecificação realizada ao longo de 2022, com a elevação das comissões que cobra nas transações feitas nas maquininhas, o que eleva a margem de lucro da companhia.

O Santander calcula que a Cielo deve registrar um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 1,1 bilhão no quarto trimestre, expansão de 39% em comparação ao quarto trimestre do ano anterior.

Para a Genial, a “forte expansão” esperada para a rentabilidade da Cielo mostra que a decisão de venda da Merchant e-Solutions foi acertada, “uma vez que era uma detratora nos ganhos da Cielo Brasil e da Cateno, com prejuízo de R$ 41 milhões no quarto trimestre.”

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Número de transações

Por outro lado, os analistas do Santander acreditam que a empresa deve mostrar uma desaceleração no ritmo de crescimento das transações processadas, com alta esperada de 15% em um ano, para R$ 240 bilhões.

A diminuição do ritmo, segundo o Santander, é explicada por fatores como perda de força na atividade econômica no Brasil, o que faz o consumo desacelerar, e números menores para a inflação ao longo do segundo semestre, o que também afeta negativamente os valores processados pelas maquininhas.

Desafio de 2023

Para 2023, a Genial espera mais um ano de expansão de resultados para a Cielo, como consequência de uma carteira de clientes já reprecificada. Mas acredita que os volumes processados devem continuar em desaceleração, com o ritmo de crescimento caindo de 25% em 2022 para algo entre 10% e 15% neste ano.

A perda de ritmo, acredita a Cielo, será reflexo de um cenário macroeconômico mais desafiador somado a uma menor emissão de cartões por parte dos bancos e fintechs.

“Entretanto, mesmo com uma diminuição no avanço da volumetria [de transações], acreditamos que a linha de receita ainda conseguirá avançar, por conta de uma boa dinâmica de preço”, afirma a Genial.

Para 2023, a corretora estima que a Cielo terá lucro líquido de R$ 1,8 bilhão, 25% maior que o projetado para 2022, de R$ 1,4 bilhão.

O Bank of America também prevê expansão do indicador em 2023, de 35%, para R$ 1,95 bilhão.