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China derruba preço do minério e do petróleo e arrasta Vale (VALE3) para baixo

Dados mostraram que atividade industrial da China voltou a encolher em outubro

Foto: Shutterstock

A sequência de indicadores fracos sobre a economia da China aumentou os receios sobre o crescimento do gigante asiático e pesou sobre o preço de commodities industriais nesta segunda-feira (31).

O minério de ferro, principal produto vendido pela Vale (VALE3) e que caiu quase 5% na sexta-feira (28), foi um dos produtos afetados e estendeu a trajetória de perdas. Hoje, na Bolsa de Dalian, na China, a tonelada do minério ficou 4,1% mais barata, cotada a US$ 83,31, um dos preços mais baixos do ano.

O que pesou sobre o mercado hoje foram dados mostrando que a atividade do setor industrial da China voltou a encolher em outubro, depois de uma breve estabilização em setembro. A expectativa era de que a atividade permanecesse mais perto da estabilidade, principalmente em função dos estímulos econômicos adotados pelo governo chinês.

Na sexta-feira, a China já tinha divulgado que os lucros das empresas industriais recuaram 2,3% no acumulado de janeiro a setembro em relação ao mesmo período de 2021.

Os dados sugerem que as companhias seguem com dificuldades para operar em função das restrições à Covid-19, principalmente no setor imobiliário, que demanda aço e, consequentemente, minério de ferro.

O efeito negativo, porém, vai além deste segmento, dado que o receio é de que a desaceleração da China acabe afetando outros produtos, como petróleo, alimentos e outros metais básicos, já que o país é um dos maiores consumidores mundiais destas commodities.

O preço do petróleo tipo Brent, usado como referência no mercado internacional e pela Petrobras (PETR4; PETR3), caía 1,5% no mercado futuro da ICE, para US$ 92,33 o barril.

Além dos dados da China, o preço do petróleo também é pressionado por dois outros fatores.

O primeiro é a inflação na zona do euro, que atingiu uma nova máxima histórica, ao saltar 10,7% em outubro. A notícia pesa no sentimento do mercado pois sugere que o BCE (Banco Central Europeu) será forçado a continuar com as altas agressivas nos juros, impactando o crescimento econômico da região.

Além disso, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) reduziu em 460 mil barris de petróleo por dia a previsão para a demanda pela commodity em 2022, a 2,64 milhões de barris de petróleo diários.

Para 2023, a instituição cortou a previsão de demanda em 360 mil barris para 2,32 milhões de barris por dia. Esse foi o primeiro relatório do cartel desde que anunciou seu maior corte de produção desde 2020.

Queda das ações

Por volta das 13h40, a ação ordinária da Vale caía 1,31%, a R$ 66,57, ainda refletindo o balanço do terceiro trimestre e a queda do minério de ferro.

A Petrobras, por sua vez, é a maior queda do Ibovespa nesta segunda, reverberando, além da queda do Brent no mercado internacional a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na visão do mercado, a dúvida que fica agora é se Lula vai interferir na estatal, principalmente no diz respeito ao reajuste de combustíveis.

Com isso, a ação preferencial da Petrobras operava em baixa de 8,66%, a R$ 29,75, enquanto a ação ordinária caia 7,55%, a R$ 33,08.

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