Chance de ajuste final na Selic e crise de energia na Europa – o que importa hoje

Na volta do feriado do Dia do Trabalho, índices futuros americanos operam em alta

Na volta do feriado do Dia do Trabalho, que fechou os mercados americanos ontem, e véspera do 7 de Setembro, que suspenderá as negociações no Brasil amanhã, os investidores repercutem nesta terça-feira (6) a chance de um ajuste final na taxa básica, a Selic, na reunião de setembro.

Ontem, durante a premiação Valor 1000, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou com preocupação as pressões inflacionárias enfrentadas pela Europa e Estados Unidos, e afirmou que no Brasil “basicamente o trabalho está feito”, mas que a batalha não está ganha apesar da expectativa de três meses de deflação.

“A gente entende que tem que passar mensagem dura. A mensagem de hoje é a mesma do último Copom. Aproveitamos eventos como esse para nos manifestar e a mensagem que continua valendo hoje é a do último Copom, que a gente disse que avaliaria um possível ajuste final”, disse.

A fala deve ter impacto nos juros futuros, já que o mercado já tinha precificado que o Banco Central tinha encerrado o ciclo atual, iniciado em março de 2021 com a taxa a 2% ao ano, e que a Selic se manteria em 13,75% ao ano até o início de 2023.

A expectativa é que os investidores operem de forma um pouco mais defensiva hoje, à espera das manifestações do 7 de Setembro convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro, que está em segundo lugar nas pesquisas.

Ontem, a pesquisa Ipec mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com 44% das intenções de voto (mesmo percentual do levantamento anterior), Bolsonaro com 31% (queda de 1 ponto), Ciro Gomes com 8% (alta de 1 ponto) e Simone Tebet com 4% (alta de 1 ponto).

Por que isso importa? 

Juros mais elevados encarecem o custo do crédito e tendem a reduzir a atividade econômica, prejudicando principalmente empresas ligadas ao consumo. Uma Selic mais alta também aumenta a atratividade de investimentos em renda fixa. 

Crise de energia e China

Os investidores ainda repercutem o agravamento do cenário de crise energética na Europa, cenário que ontem impulsionou as commodities e a bolsa brasileira. Ontem, a Rússia sinalizou que só restabelecerá o fornecimento de gás à Europa através do gasoduto Nord Stream se as sanções do Ocidente ao país forem levantadas.

Nesta segunda, o petróleo saltou por conta desse cenário e do fato de a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e países aliados) ter decidido reduzir a produção em 100 mil barris por dia.  O minério de ferro também operou em alta ontem diante da percepção de uma melhora na demanda chinesa de aço, em meio ao início de alta temporada de construção no país asiático.

Leia mais:
Sem Bolsas americanas, Ibovespa sobe 1,21%, acima dos 112 mil pontos, com impulso de commodities

Por volta das 8h20, os índices futuros americanos operavam no azul na volta do feriado de ontem nos EUA: o Dow Jones subia 0,72%, o S&P 500 ganhava 0,72% e o Nasdaq estava em alta de 0,71%. No mesmo horário, o Euro Stoxx 50, principal índice europeu, subia 0,51%.

 

 

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.