Os bancos brasileiros estão preparados para navegar o próximo ano e meio com relativa estabilidade, apesar da expectativa de enfraquecimento na economia e de crescimento da inadimplência – ambos fatores com efeitos negativos sobre os resultados destas empresas -, afirmou a agência de classificação de risco Moody’s em um relatório.
Em relatório distribuído nesta segunda-feira (11), a Moody’s manteve sua perspectiva estável para os bancos brasileiros nos próximos 12 a 18 meses, prevendo “fundamentos sólidos, apesar do ambiente operacional mais fraco”.
“Esses desafios tornarão as condições operacionais para os bancos menos favoráveis do que em 2022. No entanto, as práticas de gestão de risco destas instituições permanecem robustas e as provisões, elevadas, o que mitiga parcialmente os riscos de crédito”, diz o relatório.
A agência aponta que o baixo crescimento da economia brasileira neste ano – de 0,1%, na estimativa da Moody’s – irá enfraquecer os negócios dos bancos e a oferta de crédito, mas que mesmo assim eles conseguirão apresentar bons resultados – seja por causa do aumento nas taxas de empréstimos, seja por ganhos com investimentos em títulos do governo.
Outra projeção da Moody’s é que a inadimplência cresça, depois de atingir mínimas recordes em 2020 e 2021, mas permaneça abaixo dos níveis pré-pandemia. Além disso, o alto volume de provisões dos bancos deve ofuscar o crescimento do risco, junto com o aumento da fatia de ativos com garantia no portfólio total.
Em 2021, os gastos com provisões de crédito do Santander (SANB11) expandiram 10,3%, para R$ 13,8 bilhões; os do Itaú (ITUB4) caíram 27,8%, para R$ 21,6 bilhões, assim como os do Banco do Brasil (BBAS3), que fecharam 2021 em R$ 13,1 bilhões, baixa de 40,2%.
As provisões do Bradesco (BBDC4), por sua vez, permaneceram estáveis na comparação anual, em R$ 45,2 bilhões. As informações são dos balanços das empresas.
Por volta das 14h50 (de Brasília), as ações do setor bancário operavam sem direção comum na B3, com destaque para os avanços de Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) – de 0,8% cada -, em contraste com a queda nos papéis de Banco Inter (BIDI11) e BTG Pactual (BPAC11), que caíam pouco mais de 2,0% cada um.