CARE11 sobe 10,4% e lidera ganhos do Ifix, após empresa do FII ganhar concessão de cemitérios em SP

Consórcio liderado pela Cortel arrematou por R$ 200 milhões o bloco II

Foto: Shutterstock

O fundo imobiliárioBrazilian Graveyard And Death Care (CARE11), gerido pela Zion Invest, liderou a alta do Ifix, índice que acompanha o desempenho dos fundos imobiliários listados na Bolsa, nesta terça-feira (26). O FII teve valorização de 10,4%, após o Grupo Cortel, empresa da carteira do portfólio, vencer um dos blocos do leilão de concessão da administração de 22 cemitérios públicos da cidade de São Paulo.

O consórcio liderado pela Cortel arrematou por R$ 200 milhões o bloco II, oferecendo um ágio de R$ 30 milhões para o pagamento da outorga.

Além do grupo Cortel, o consórcio foi formado pelo fundo Zion Capital II (ZIFI11), com participação de 15%, e pelos fundos da Mérito Investimentos, com fatia de 35%.

A concessão do bloco II, pelo prazo de 25 anos, inclui seis cemitérios mais a prestação de serviços funerários. O consórcio ganhador terá que fazer investimentos ao longo da concessão.

O grupo Cortel levantou R$ 200 milhões em uma emissão de CRIs (Certificados de Recebíveis Mobiliários) para financiar a expansão do grupo por meio de aquisições para consolidar o setor, e deve usar os recursos para o pagamento da outorga.

Já o FII ZIFI11 está com uma oferta de R$ 200 milhões em andamento, cujos recursos devem ser destinados para o pagamento da outorga e para financiar os investimentos previstos na concessão em São Paulo.

A vitória marca a entrada do grupo Cortel na cidade de São Paulo, em mais um passo para a estratégia de consolidação do setor.

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A empresa representa mais de 50% do fundo CARE11 e 100% do fundo ZIFI11. “Os cotistas devem vislumbrar um ganho de capital grande com esse investimento da Cortel, da ordem de IPCA mais 20% durante os 25 anos de concessão”, diz Francisco Garcia, diretor comercial da Zion.

Segundo o executivo, no primeiro ano da concessão, o grupo Cortel deve se concentrar nos investimentos e não no pagamento de dividendos, mas assim que passar essa fase deve começar a distribuir rendimentos.

“No médio prazo, esse investimento deve agregar uma distribuição de dividendos robusta ao CARE11”, diz.

O fundo tem como foco o ganho de capital e não a distribuição de renda, e tem pagado um dividendo de R$ 0,008 por cota. As cotas na Bolsa já acumulam alta de 61% neste ano.

Com a concessão em São Paulo, o grupo Cortel já vislumbra retomar os planos de IPO assim que o mercado acalmar, o que pode render um ganho de capital aos cotistas do CARE11.

Setor de cemitérios deve ganhar mais fundos

O setor funerário tem chamado a atenção dos gestores de fundos e deve ganhar novas carteiras dedicadas ao segmento.

A Mérito Investimentos estruturou um veículo para participar da concessão e tem planos de lançar um fundo imobiliário dedicado ao segmento na Bolsa neste ano.

“Já chegamos a investir no setor no passado com o fundo Mértio Desenvolvimento Imobiliário (MFII11) e voltamos agora com a oportunidade de participar do consórcio com a Cortel”, diz Alexandre Despontin, CEO e fundador da Mérito Investimentos.

O mercado de serviços funerários no Brasil, estimado em R$ 7 bilhões, tem crescido à medida que o setor tem se profissionalizado, e a demanda cresce com o envelhecimento da população.

“É um segmento que não sofre tanto com ciclos econômicos”, diz Despontin.

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