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BTG começa a cobrir Nubank (NUBR33) e teme que ação seja “uma aposta muito arriscada” 

O banco reconhece os méritos do Nubank, mas lembra que o cenário macroeconômico é difícil e acredita que a ação pode estar superestimada

O Nubank, que realizou no início do mês o seu IPO, o mais aguardado pelo mercado, agora tem a cobertura dos analistas do BTG Pactual, que se tornou o primeiro banco de investimento do Brasil a publicar um relatório sobre a ação da instituição financeira mais valiosa da América Latina, avaliada em US$ 42,8 bilhões.

No documento, distribuído a clientes nesta sexta-feira, dia 17, os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura admitem as qualidades do Nubank, conhecido pelo alto nível de satisfação dos usuários, pelo baixo custo de aquisição de novos clientes e pelos números que alcançou no mercado, sendo um dos líderes de cartão de crédito no Brasil, com 10% de participação, e somando 48 milhões de usuários.

Diante disso, o BTG acredita que o Nubank, criticado por ainda operar no prejuízo, pode ser lucrativo, mesmo que “os tíquetes sejam muito baixos”, em referência ao fato de a fintech cobrar pouco ou nada dos clientes. Para eles, o Nubank se destaca pelo trabalho em garimpar bons usuários. “O Nubank mostrou taxa de inadimplência melhor que os seus pares, sugerindo que foi capaz de selecionar os melhores clientes”, escrevem os analistas. 

A receita média por cliente do Nubank ainda é baixa, diz o BTG, em comparação aos nomes históricos do setor financeiro, mas o banco de investimento acredita que a fintech tende a elevar os resultados, à medida que a base de usuários amadurece, novos produtos são adicionados e a empresa chega a novos mercados geográficos. “Uma base de usuários muito grande, uma receita média por cliente crescente e uma eficiência excelente podem levar a um salto muito grande no retorno”, afirmam. 

Leia mais: Nubank (NUBR33): boa empresa sempre é bom investimento? Veja se vale a pena

 Porém, o BTG está cauteloso em relação ao Nubank em 2022. A instituição reconhece que “não há dúvidas de que a tese do Nubank é muito atrativa”, mas acredita que o mercado pode estar superestimatindo o valor da companhia. 

 Além disso, o cenário macroeconômico no Brasil, de inflação e juros mais altos, pode ser um complicador. Afinal de contas, diz o BTG, o Nubank é muito mais um banco do que uma empresa de tecnologia. “E bancos, enquanto crescem, têm necessidades de capital e custos de inadimplência”, afirmam. 

 “Nós tememos que essa combinação, de valuation extremamente alto e um momento ruim, podem tornar a ação do Nubank uma aposta muito arriscada”, afirma o BTG. 

 O banco estima preço-alvo de US$ 10 para a ação do Nubank negocida na Bolsa de Nova York, com recomendação neutra. Nesta sexta-feira, dia 17, o papel é negociado a US$ 9,30, em queda de 7,05%, por volta das 17h20.  Desde o início da negociação, no dia 9 de dezembro, a ação acumula queda de 9,97%. 

  Na B3, a BDR do Nubank (NUBR33) acumula retração de 10,86%, a R$ 8,94. 

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