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Braskem (BRKM5): prejuízo preocupa mercado e ação cai; Bradesco BBI corta preço-alvo

Empresa pode estar prestes a entrar em ciclo de baixa nos resultados, segundo bancos

Foto: Shutterstock/rafapress

A Braskem (BRKM5) reportou queda na receita do terceiro trimestre em relação a um ano antes e um prejuízo bilionário para o período, o que fez as ações da companhia despencarem nesta quarta-feira (9).

As perdas da Braskem somaram R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre, após lucro de R$ 3,5 bilhões um ano antes. O resultado foi reflexo tanto da diminuição de 10% na receita, para R$ 25,4 bilhões, quanto do aumento de 16% no custo dos produtos vendidos, para R$ 23,2 bilhões.

Diante destes resultados, as ações da empresa chegaram a cair 7,6% no início do pregão, embora por volta das 12h40 tenham diminuído significativamente o ritmo de queda, para 2,91%.

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O BTG Pactual destacou que os números da Braskem vieram muito mais fracos que o esperado. O banco, por exemplo, previa um prejuízo 50% menor para a companhia no terceiro trimestre.

O Bradesco BBI ficou ainda mais desapontado, pois esperava um prejuízo 90% menor. A decepção foi tanta que o banco rebaixou a recomendação da ação da Braskem de compra para neutra, e cortou o preço-alvo da ação quase pela metade – de R$ 62 para R$ 35 por ação.

O UBS ressaltou que os resultados dão motivos para o mercado se preocupar. “Durante o período, quase todos os spreads caíram, numa combinação de demanda global menor, aumento na oferta, inflação e custos elevados com matérias-primas que deve ser mantida no curto prazo”.

Spread, neste caso, é a diferença entre o preço de venda do produto e o quanto custa para para fabricá-lo.

O BTG Pactual considera que os spreads da Braskem podem diminuir ainda mais, seja por causa da redução no consumo, seja por aumento na oferta mundial de produtos petroquímicos – em particular na China.

Spreads nos EUA (US$ 1,1 mil/tonelada) e os principais produtos químicos no Brasil (US$ 631/tonelada) ainda estão 42% e 70% acima da média de cinco anos. Olhando o copo meio cheio, isso pode ajudar a compensar parcialmente os resultados em outros lugares, mas a perspectiva mais fraca indica que as margens podem cair ainda mais”, afirmou o banco.

Braskem vai ser vendida?

Um dos fatores que pode evitar uma queda mais acentuada nos preços das ações da Braskem é a possibilidade de venda da companhia.

Rumores no mercado de que a Apollo teria feito uma oferta pela Braskem fizeram o preço da ação subir mais de 30%, mas de lá para cá o papel devolveu quase todo este avanço.

A chance de a empresa ser vendida é baixa, segundo o BTG Pactual, o UBS e o Bradesco BBI. Isso porque o preço que supostamente teria sido oferecido, de aproximadamente R$ 50 por papel, estaria baixo de mais para convencer a Novonor, controladora da empresa, a aceitar a proposta.

Além disso, a troca de governo pode mudar a estratégia de venda de ativos da Petrobras, que também é sócia da Braskem, e dificultar o negócio.

Mesmo assim, acreditar que a ação da Braskem vai se desvalorizar ainda mais é arriscado, segundo o BTG.

“Se o negócio se concretizar a um preço próximo da oferta informada de R$50 por ação, o potencial pode ser enorme, e é por isso que apostar contra a ação neste momento pode ser um grande risco”, acrescentou.

O BTG Pactual e o UBS recomendam a compra das ações da Braskem, com preço-alvo em R$ 68 e em R$ 50, respectivamente.

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