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Braskem (BRKM5): fator que afetou resultado do 4º trimestre vai se dissipar, diz CFO

Lucro da companhia no quarto trimestre foi 85% do que o registrado nos três meses anteriores

Foto: Shutterstock

Os resultados decepcionantes da Braskem (BRKM5) no quarto trimestre, com queda de 85% no lucro em relação aos três meses anteriores, foram puxados para baixo, principalmente, pela redução na diferença de preço entre o nafta, matéria-prima usada pela empresa, e os produtos vendidos pela companhia, principalmente resina.

Essa diferença – chamada de spread -, porém, já voltou a aumentar e deve seguir se recuperando neste ano, disse Pedro Freitas, diretor financeiro e de relações com investidores da Braskem, durante teleconferência de resultados na manhã desta quinta-feira (17).

Freitas ressalta, no entanto, que embora o spread deva seguir um ritmo de normalização superior ao da média histórica, será menor do que o pico registrado no segundo trimestre de 2021.

“Uma série de eventos levou a uma redução da oferta no mercado internacional em 2021. Esperamos que a recuperação que começamos a ver no fim do ano passado continue em 2022 e, a partir de 2023, enxergamos uma recuperação maior”, explica o CFO.

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A explicação, segundo o executivo, é que uma série de investimentos em mais capacidade de produção tanto da Braskem quanto de outros players do mercado, que deveriam entrar em operação entre 2024 e 2025, foram paralisados devido à pandemia de Covid-19 e a compromissos de redução nas emissões de carbono.

Uma ameaça à continuidade de recuperação dos spreads, diz Freitas, são os novos lockdowns anunciados pelo governo da China para conter a disseminação da Covid-19, que, como no passado, podem causar aumentos nos custos de frete. “Mas é difícil dizer em que dimensão e por quanto tempo”, explica.

Uma exceção a essa lógica, de acordo com o CFO, são os produtos petroquímicos, grupo em que deve haver mais volatilidade no curto prazo, seguindo as oscilações nos preços do petróleo. “Mas não vemos uma mudança material. Rússia e Ucrânia têm uma participação pequena no mercado, não parece ser suficiente para mudar a dinâmica”, explica.

Além dos spreads, outro fator que influenciou os resultados da companhia no trimestre foi o menor volume de vendas de polipropileno no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa.

Como o mercado enxerga os resultados?

Apesar de reconhecer que os spreads podem seguir criando desafios, o Bank of America (BofA) aponta que as margens petroquímicas permaneceram em níveis elevados no quarto trimestre, e que o lucro e a geração de fluxo de caixa foram saudáveis.

O UBS-BB é mais positivo: “mais uma vez, a Braskem entregou resultados sólidos, terminando o ano com recordes históricos”, diz o banco. Apesar disso, os analistas também mencionam o ponto de inflexão nos spreads, que podem continuar pressionando as margens.

Daqui para frente, a expectativa dos analistas do BofA é que a empresa se beneficie de margens positivas no segmento petroquímico, da recuperação econômica, de sua liderança no polietileno verde, e da avaliação favorável das ações.

Com isso, o BofA recomenda compra para a ação, com preço-alvo de R$ 80, o que corresponde a alta de 75% em relação ao valor do fechamento da última quarta-feira (16), de R$ 45,74. A recomendação do UBS-BB também é de compra, com preço-alvo de R$ 60 – upside de 31%.

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