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Braskem (BRKM5) com “desconto excessivo” gera boa oportunidade de compra, veem analistas

Desde o primeiro pregão do ano, as ações da Braskem acumulam uma queda de 25,22%, passado de R$ 55,39 para os atuais R$ 41,42

Fábrica da Braskem em Camaçari/BA - Foto: Shutterstock

Os rumores sobre a venda de participação da Novonor (antiga Odebrecht) e da Petrobras (PETR4) na Braskem têm penalizado os papéis da petroquímica, que operam com um “desconto excessivo”, já que volta e meia a empresa é obrigada a dar alguma justificativa ao mercado sobre o tema.

No acumulado do ano, até o dia 2 de maio, as ações da Braskem (BRKM5) acumulam uma queda de 25,22%, passando de R$ 55,39 no início do ano para os atuais R$ 41,42. Com isso, o papel passou a ser uma boa oportunidade, de acordo com analistas ouvidos pela Agência TradeMap.

Para João Abdouni, analista de ações da INV, o momento é bom para começar a ter posição no papel, vislumbrando que a empresa deve pagar bons dividendos para os acionistas no futuro.

Abdouni considera a empresa descontada ao avaliar o múltiplo preço/lucro, que calcula quantos anos a empresa precisa repetir o seu lucro dos últimos 12 meses para atingir o seu valor de mercado.

Quanto menor o resultado, mais barata a empresa está. Segundo a plataforma do TradeMap, o múltiplo da Braskem é negociado a 2,34 vezes (ou 2,34 anos), bem abaixo da média dos últimos três anos, de 6,43 vezes.

Em relação aos proventos, a Braskem distribuiu R$ 7,35 bilhões em dividendos referentes ao exercício de 2021. O montante corresponde a 77,5% do lucro líquido ajustado do ano passado. Em 2021, a petroquímica teve um lucro total de R$ 13,98 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 6,69 bilhões de 2020.

Para Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, a petroquímica opera com um “desconto excessivo”, mas ressalta que para o futuro é importante ficar de olho na governança da empresa e a definição dos controladores.

Segundo dados compilados pelo Refinitiv e apresentados na plataforma TradeMap, das oito recomendações que a empresa tem, seis são de compra e duas para manter os papéis. A mediana das projeções das casas consultadas para o preço-alvo é de R$ 60, o que traria uma valorização de 44,86% em relação aos atuais R$ 41,42.

Fonte: TradeMap
Fonte: TradeMap

Por que as ações caíram tanto?

A Novonor, que é dona de 38,3% da petroquímica, está tentando vender sua participação na Braskem faz algum tempo. No início de dezembro do ano passado, a companhia informou ao mercado que planejava fazer o desinvestimento, mas não havia decidido se seria por inteiro ou parcial.

Embora tanto Novonor como a Petrobras, que possui 36,1% de fatia na Braskem queiram vender suas participações, ambas já informaram que isso não vai acontecer a qualquer custo. Prova disso é que as empresas foram ao mercado para tentar a venda, mas desistiram por acharem que estavam pagando pouco pelas ações.

“Quando existe um rumor de saída de um volume tão grande de ações, o mercado fica receoso de que aquilo vai pesar nos papéis, o que faz os investidores entrarem em ações de empresas relativamente correlatas, como PetroRio (PRIO3), por exemplo, que não possuem tentativas de saída dos controladores”, avalia Abdouni, da INV.

Recentemente, a Braskem recebeu uma proposta de R$ 13,6 bilhões da gestora americana Apollo Capital pela fatia da Novonor, segundo o jornal Valor Econômico.

De acordo com a notícia, a oferta é de R$ 44,57 por ação da petroquímica e abrangeria os 38,3% do capital social que é da Novonor. Além disso, o jornal afirma que a Unipar e a J&F, holding dos irmãos Wesley e Joesley Batista, também estão de olho na fatia da Novonor.

Além da expectativa de venda da companhia, outro fator que impacta fortemente, mas de forma negativa, é o preço do petróleo. Chinchila, da Terra Investimentos, vê que a alta do preço da commodity prejudica a Braskem, uma vez que ela é muito dependente da nafta, um composto proveniente do petróleo utilizado como matéria-prima para a fabricação de eteno e propeno.

Na visão de Chinchila, como o preço do petróleo subiu muito neste ano, em parte pela guerra na Ucrânia, que mexeu com as cadeias globais de suprimento, os custos da Braskem acabam aumentando e “prejudicando as margens da empresa”.

“O mercado já está precificando para 2022 a pressão da alta do petróleo e do gás natural, que afeta os custos da matéria-prima utilizada pela Braskem na fabricação dos produtos”, comentou o analista. 

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