Bolsas internacionais operam quase estáveis e sem direção única à espera de decisão do Fed

Cautela prevalece enquanto investidores aguardam banco central americano anunciar se vai ser mais austero contra a inflação

Foto: Deposit Photos

As bolsas da Europa e os futuros dos índices acionários dos Estados Unidos operam em direções divergentes, mas perto da estabilidade, refletindo a cautela dos investidores antes do anúncio da decisão de política monetária do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, às 16h.

A expectativa é de que a instituição sinalize com mais ênfase que os juros vão subir em 2022 e que terminará mais cedo – entre fevereiro e março – o programa de compra de títulos de dívida usado para estimular a economia.

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Na Ásia, as bolsas fecharam em baixa, em sua maioria, pressionadas também por fatores regionais.

A China divulgou que o crescimento da produção industrial acelerou em novembro num ritmo mais intenso que o esperado pelo mercado. A alta foi  motivada pela diminuição dos problemas com o suprimento de eletricidade. No entanto, outros dados mostraram que as vendas no varejo diminuíram o ritmo de alta, assim como os investimentos em ativos fixos.

Outros pontos negativos para o mercado chinês incluem a continuidade das preocupações a respeito da grande dívida do setor imobiliário no país e notícias de que estudos apontaram baixa eficácia da vacina contra a covid-19 da Sinovac na proteção contra a variante Ômicron do coronavírus.

Além disso, as tensões sino-americanas continuam preocupando. O governo dos Estados Unidos vem considerando sanções mais duras à maior empresa de chips da China, a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC).

Na Europa, as bolsas operam em alta, em sua maioria, após dados mostrarem inflação levemente abaixo do esperado em algumas grandes economias da região, como Espanha e Itália. No Reino Unido, onde o indicador veio acima do previsto, as ações recuam.

Nos Estados Unidos, o Senado e a Câmara dos Deputados aprovaram um aumento no limite de endividamento do governo do país em US$ 2,5 trilhões até novembro do ano que vem, afastando receios com a possibilidade de o Tesouro americano ter dificuldade em honrar o pagamento de dívidas. Hoje, além da decisão do Fed, os investidores do país estarão atentos também a dados sobre as vendas no varejo de novembro, previstas para as 10h30.

Entre as commodities, os preços do barril do petróleo e do minério de ferro caem por causa dos receios com potenciais impactos da ômicron sobre a atividade econômica e com as novas restrições impostas, Itália, Escócia e Holanda.

No Brasil, o Banco Central divulgou que o IBC-Br, índice sobre atividade econômica do país, caiu 0,40% em outubro em relação ao mês anterior – resultado pior que o esperado pelo mercado, que previa uma queda mais perto de 0,20%.

Em âmbito político, a Câmara dos Deputados avançou ontem à noite na aprovação dos trechos ainda não promulgados da PEC dos Precatórios. Eles mantiveram na proposta o prazo até 2026 para a vigência de um limite para o pagamento destas dívidas – mudança que foi incorporada ao texto no Senado. A Câmara defendia um prazo mais extenso – até 2036.

Hoje, os deputados vão continuar votando, a partir das 10h, os chamados destaques ao texto – propostas que tentam modificar trechos específicos da legislação. Ontem foram rejeitados dois destes destaques, e há mais alguns na fila para apreciação. Se o texto remanescente da PEC dos Precatórios for promulgado ainda este ano, o governo terá um espaço adicional de aproximadamente R$ 110 bilhões para gastar no ano que vem sem romper o teto de gastos.

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