A Vale (VALE3) anunciou nesta segunda-feira, 05, que iniciará a remoção de rejeitos das barragens B3/B4, em Nova Lima (MG), e Sul Superior, em Barão de Cocais (MG), por meio de equipamentos não tripulados. De acordo com a mineradora, as ações foram analisadas e aprovadas pelo Ministério Público (MP).
Segundo o comunicado, estes processos representam o avanço do Programa de Descaracterização da companhia e, devido as barragens estarem em nível 3 do Plano de Ação de Emergência em Barragens de Mineração (ou seja, apresentam risco de ruptura iminente), suas descaracterizações são complexas.
Como qualquer intervenção pode aumentar os riscos, a empresa realizou algumas ações preventivas.
Todos os moradores das Zonas de Autossalvamento (ZAS) foram retirados dos locais, disse a mineradora.
Além disso, foram construídas estruturas de contenção a jusante em ambos os territórios para conter os rejeitos caso seja necessário.
Para a barragem Sul Superior, a estrutura possui 36 metros de altura e 330 metros de comprimento, enquanto, para a barragem B3/B4, tem 33 metros de altura e 221 metros de comprimento.
Conforme o documento, as obras foram consideradas estáveis e seguras por empresas especialistas e pela auditora técnica do MP de Minas Gerais.
As remoções
Na Sul Superior, a remoção será iniciada pela coleta de amostras a fim de ampliar o conhecimento sobre as características do material disposto no reservatório, para melhorar a segurança e as técnicas utilizadas durante a descaracterização.
Ainda serão abertos canais para melhorar o escoamento de água da estrutura e evitar o acúmulo no reservatório, especialmente durante os períodos chuvosos.
Enquanto isso, na barragem B3/B4, a remoção será feita simultaneamente à conclusão da retirada parcial de uma pilha de estéril no local. Em 2020, já foram retirados 350 mil metros cúbicos do material.
“Ressalta-se que todas as atividades realizadas e programadas nas duas barragens serão integralmente executadas com equipamentos não tripulados, operados de forma remota e segura a partir de uma central de controle fora das estruturas”, afirmou a mineradora em nota.
“Todas as ações foram comunicadas à auditoria técnica do Ministério Público de Minas Gerais e aos órgãos competentes.”
O programa de descaracterização
O programa de descaracterização de barragens a montante da mineradora tem como base informações e estudos técnicos, considerando as especificidades de cada uma das 30 estruturas geotécnicas, sendo 16 barragens, 12 diques e 2 empilhamentos drenados, diz o documento.
De acordo com a empresa, desde 2019, após o desastre em Brumadinho (MG), cinco das suas estruturas foram totalmente descaracterizadas e reintegradas ao meio ambiente.
A primeira foi a 8B, em Nova Lima, seguida por outras três estruturas no Pará e uma em Itabira.
A próxima a ser completamente descaracterizada será a barragem Fernandinho, também em Nova Lima.
Foto: Vale/Divulgação