A Robinhood protocolou nesta quinta-feira, 01, um pedido de registro de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Nasdaq, a bolsa americana. De acordo com o prospecto, as ações serão listadas sob o ticker HOOD.
Apesar de não ter sido divulgado o montante que a empresa pretende movimentar com a oferta, em dezembro de 2020, a agência de notícias Reuters informou que a companhia havia escolhido Goldman Sachs para coordenar o IPO, que pode ser avaliado em cerca de US$ 20 bilhões.
Segundo o documento, a corretora norte-americana possui 1,7 milhões de usuários ativos mensais e US$ 81 bilhões em ativos sob custódia.
No primeiro trimestre de 2021, a companhia obteve um prejuízo de US$ 1,4 bilhão, ante a perda de US$ 52,6 milhões no mesmo período do ano anterior.
A sua receita trimestral aumentou de US$ 127,6 milhões para US$ 522,2 milhões no comparativo anual.
Conforme a publicação, os recursos obtidos serão destinados ao pagamento de dívidas e a propósitos corporativos gerais.
A operação deve ser constituída de três classes de ações com diferentes direitos de voto.
“Nossa missão é democratizar as finanças para todos”, afirma a companhia.
O IPO é coordenado pelos bancos J.P. Morgan Goldman Sachs.
Sobre a Robinhood
A plataforma californiana Robinhood, fundada por Baiju e Vlad, oferece transações ilimitadas sem comissões em ações, fundos em bolsa (ETFs) e criptomoedas.
Sua unidade cripto surgiu em 2018 e garantiu cerca de 10 milhões de clientes o primeiro trimestre deste ano, isso devido ao forte crescimento do aplicativo durante a pandemia.
Calcula-se que aproximadamente metade de seus usuários são investidores novatos. Ou seja, pessoas que estão se expondo pela primeira vez às negociações, inclusive de criptomoedas.
A corretora fornece suporte para a negociação de diversos ativos do mercado cripto, incluindo bitcoin (BTC), ether (ETH) e dogecoin (DOGE).
Polêmicas
A corretora já havia tentado abrir capital, mas havia sido barrada pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) pela entidade reguladora questionar o envolvimento da plataforma com criptomoedas, devido ao seu rápido crescimento nos últimos tempos.
No início de 2021, a plataforma esteve envolvida na polêmica do disparo das ações da GameStop, em um movimento arquitetado por investidores.
Em fevereiro, Vladimir Tenev, CEO da Robinhood, chegou a ser convocado para testemunhar sobre o caso no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara. Na época, o CEO disse que a empresa ficou de fora da situação.
*Com Estadão
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