Nesta quinta-feira, 08, o mercado externo apresenta um tom mais negativo de negociações. Futuros americanos operam em baixa após recordes no dia anterior, as bolsas europeias já abriram bastante pressionadas e as bolsas asiáticas fecharam, em sua maioria, no negativo.
A divulgação da Ata do Fed nesta quarta-feira, dia 09, melhorou os ânimos mercado afora. O documento esclareceu que o banco central americano mantém a postura acomodatícia até que a economia dos Estados Unidos chegue ao patamar de pleno emprego desejado.
Enquanto isso, membros da autoridade monetária reforçam que a alta da inflação é transitória e deve arrefecer com o passar dos meses, ainda que suba no curto prazo. Diante deste diagnóstico, a tese de que a alta de juros será antecipada perdeu a força.
Em relação a compra de ativos, esta discussão continua em pauta por lá, porém não é unanimidade entre os integrantes do Fed quando o ritmo deve diminuir.
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No final das contas, o mercado entendeu que os juros ficam em 0% a 0,25%, assim como a injeção de US$ 120 bilhões por mês em compra de ativos. Com isso, investidores aproveitaram o clima dovish para ir às compras.
Porém, nesta quinta-feira o clima mudou. Investidores amanheceram avessos ao riscos com a Oganização Mundial da Saúde recomendando cautela nas reaberturas dos mercados em todo o mundo. Isso porque a variante delta continua assolando diversos países.
Na agenda econômica dos EUA, o mercado aguarda a divulgação dos números dos novos pedidos de seguro-desemprego. A expectativa de analistas ouvidos pela Dow Jones é de 350 mil solicitações, o que seria uma nova baixa pandêmica recorde.
Bolsas Asiáticas fecharam em queda nesta quinta, em meio a crescente ofensiva de Pequim contra grandes empresas de tecnologia chinesas. O governo da China afirmou que irá atualizar “as regras sobre a listagem de ações no exterior para empresas domésticas”, e também aumentará as restrições para fluxos de dados transfronteiriços e segurança.
As ações da Tencent recuaram 3,74%; as da Alibaba, 4,13%; e as da Meituan caíram 6,43%.
Além disso, investidores acompanham a situação da Covid na Ásia. Segundo a agência de notícia Kyodo News, o governo do Japão deve declarar novamente situação de emergência em Tóquio, que deverá perdurar até 22 de agosto.
Na Coreia do Sul, o governo informou o maior número de novos casos de Covid em um dia desde o início da pandemia no país, segundo a agência de notícias Yonhap.
Cenário interno
No Brasil, o desenrolar da CPI segue tensa. Ontem, o ex-diretor da Saúde Roberto Ferreira Dias teve sua prisão decretada pelo presidente da comissão, Omar Aziz, durante a sessão no Senado.
A denúncia foi de perjúrio, devido contradições no depoimento de Dias que não coincidiam com as gravações obtidas na coleta de dados do celular do Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati.
Hoje, quem fala à CPI é a ex-coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunização), Francieli Fontinato.
No radar dos indicadores temos a leitura de junho do IPCA. O índice oficial de inflação deve desacelerar a alta de maio de 0,83% para 0,55% em junho.
Com isto, o índice deverá atingir alta de 8,36% em 12 meses.