Eis que o dado mais esperado pelos investidores nesta semana saiu. A inflação dos Estados Unidos no mês de maio subiu 0,6% frente a abril, acima da expectativa do mercado, que era de 0,4%. Com isso, no acumulado de 12 meses, a alta dos preços bateu 5%, no ritmo mais intenso desde 2008.
Mas nada disso abalou as bolsas de Nova York, visto que o S&P 500 atingiu novos recordes após subir 0,47% no pregão. O Dow Jones e o Nasdaq também subiram, 0,06% e 0,78%, respectativamente.
Nesta manhã, os futuros americanos amanheceram estáveis, agora no aguardo da posição do Fed sobre os números divulgados ontem. Na última ata, já houve uma indicação de que seria possível uma diminuição no ritmo de compra de títulos, caso a inflação continuasse avançando rapidamente.
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Porém, o Federal Reserve tem duas missões: controlar os preços ao nível máximo de empregos. Pois bem, os empregos ainda não estão no nível desejável para a entidade.
Ontem também houve a divulgação semanal dos auxílios-desemprego, que apresentaram nova queda de 9 mil solicitações, totalizando 376 mil pedidos na semana encerrada em 5 de julho. Os números vieram pouco acima do esperado por especialistas (370 mil).
Uma das especulações é de que o valor de US$ 300 pago pelo governo aos desempregados está atrapalhando a contratação por empresas. Com isso, alguns estados já consideram antecipar o encerramento do programa, que expiraria em setembro, para junho ou julho.
Na Europa, as bolsas apresentam tendência de alta, após o BCE manter a política monetária acomodatícia e reiterar que continuará assim “pelo tempo que for necessário”. A entidade também aumentou a previsão de crescimento econômico para a zona do euro, anteriormente estimado em 4%, o PIB agora foi a 4,6% em 2021.
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Hoje, o G7 se encontra em Cornwall, no Reino Unido. O ministro do país, Boris Johnson, espera que o grupo de países mais ricos do mundo concorde em doar 1 bilhão de doses de vacinas contra a Covid-19 a países em desenvolvimento.
Outro tópico que deve ser discutido pelos representantes da Alemanha, Canadá, França, Estados Unidos, Itália, Reino Unido e Japão é a cobrança de um imposto mínimo de 15% sobre multinacionais, como parte de um acordo mais amplo para atualizar a legislação internacional sobre impostos, levando em consideração a atual economia mais globalizada e digitalizada.
Do outro lado do mundo, as bolsas asiáticas fecharam com resultados variados entre si nesta sexta-feira, 11. Em Cingapura, os futuros do minério de ferro continuam renovando as altas, cotado a mais de US$ 210, e o petróleo segue pelo mesmo caminho, com o tipo Brent a US$ 72,75 e o WTI, US$ 70,53.
Cenário interno
Nos últimos dias, o Ibovespa tem apresentado maior volatilidade e operado entre ganhos e perdas, próximo dos 130k. Ontem, sem maiores indicadores para movimentar a bolsa, o índice deu sequência aos ganhos, fechando com alta de 0,13%, aos 130.036 pontos, puxado principalmente pelos setores de tecnologia, telecomunicações e industrial.
O destaque ficou com a Embraer (EMBR3), que liderou as altas do dia subindo mais de 15%. O mercado gostou do anúncio da companhia sobre uma possível combinação de negócios entre sua subsidiária responsável por projetos de mobilidade urbana, a Eve, com a Zanite, empresa de aviação americana.
Para hoje, a agenda econômica reserva a divulgação do volume no setor de serviços referente ao mês de abril, pelo IBGE.
Devido à flexibilização das atividades durante o período, além da reedição de importantes programas de sustento à renda e ao emprego, como o auxílio emergencial e o BEm, o setor de serviços deve apresentar uma redução no ritmo de contração já visto em março.
O responsável pela queda deverá ser o setor industrial, que recuou em abril e reduziu sua demanda por serviços de transporte.