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Bitcoin supera US$ 22 mil e sobe na semana, mas pode tropeçar com dados dos EUA

O Bitcoin (BTC) deu sinais de alívio durante a madrugada desta sexta-feira (8) e chegou a superar a casa dos US$ 22 mil pela primeira vez em quase um mês com a diminuição do temor dos investidores pela escalada dos juros americanos.

A principal criptomoeda do mercado perdeu parte da força horas depois, mas ainda se sustenta no campo positivo. Por volta das 11h10, o BTC registrava alta de 3,4%, cotado a US$ 21.305, conforme dados da CoinGecko.

O desempenho faz o Bitcoin somar valorização de 8,6% nos últimos sete dias e indica que a cripto deve fechar a semana com ganhos.

O cenário mais otimista reflete a percepção de que a economia mundial está perdendo fôlego – uma notícia em geral ruim, mas que no contexto atual é entendida como positiva. A leitura dos investidores é de que isso deve enfraquecer a inflação e evitar que os juros subam de forma rápida e intensa nos Estados Unidos e em outras grandes economias.

O governo americano divulgou ontem, por exemplo, que o número de novos pedidos de seguro-desemprego somou 235 mil na semana encerrada em 2 de julho, uma alta de 4 mil solicitações frente à semana anterior. Antes disso, dados mostraram que a atividade do setor privado da Europa teve em junho o pior desempenho em 16 meses

Os indicadores se sobressaem ao tom mais duro impresso pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano), na ata da última reunião para debater a alta dos juros, publicada na quarta-feira (6).

Apesar de autoridade monetária ter deixado claro que os juros vão subir para que a inflação seja domada, o mercado passou a ver o texto como desatualizado em frente aos sinais de arrefecimento da variação de preços de commodities e a perda de fôlego da economia.

Dados divulgados nesta manhã, porém, mostraram a criação de 372 mil vagas de trabalho nos EUA em junho, número muito acima do esperado pelo mercado, o que fez os investidores ajustarem novamente a previsão para os juros do país e ficarem mais inclinados a esperar altas mais robustas nas taxas.

Ainda assim, “o mercado sentiu que a política do Fed surtiu efeito em controlar parcialmente a inflação, e isso diminuiu o receio dos investidores com a renda variável”, explica Virgílio Lage, especialista em criptomoedas da Valor Investimentos.

Além do quadro macro, o mercado também monitora a evolução da crise em empresas do setor de criptoativos após os pedidos de recuperação judicial do fundo hedge Three Arrows Capital (3AC) e do grupo Voyager Digital.

Otimismo com cautela

Apesar do momento de alívio, analistas afirmam que ainda é cedo para dizer que o pior já passou para as moedas digitais. A manutenção do otimismo está atrelada à divulgação dos próximos dados da inflação americana, que dependendo da direção, podem trazer uma nova onda negativa aos mercados.

“As próximas semanas tendem a ser de leve otimismo e podem fazer com que o Bitcoin teste um patamar de preço maior, desde que os dados de inflação e emprego nos EUA não decepcionem”, afirma Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos.

Com tom mais apreensivo, Ayron Ferreira, head researcher da Titanium Asset, pontua que o risco de novas quedas permanece no radar.

“O tema recessão global, alta de juros e efeitos do bear market, que podem levar a mais liquidações, tornam robusta a possibilidade de que um novo fundo possa vir a ser testado ainda”, diz.

Segundo Lage, o momento ainda pede cautela, e, somente após o Bitcoin voltar para a faixa de US$ 25 mil é possível afirmar que o fundo do poço tenha ficado para trás.

“Ainda não dá de falar que o pior já passou, mas há um sentimento de alívio. O vetor principal ainda é o controle da inflação”, diz. 

Na mesma linha, Marcus Sotiriou, analistas da BlackBlock, diz que os dados da inflação americana serão um bom termômetro para a direção que o mercado deve tomar nos próximos meses.

“O único sinal de fundo do Bitcoin para mim são dados persistentes nos mostrando que a inflação está se inclinando de forma convincente para baixo”, afirma. “Isso deve fazer com que o Federal Reserve se torne menos agressivo com sua política monetária e, portanto, forneça confiança de que a crise de liquidez no mercado de criptomoedas acabou.”

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