O Banco Pan (BPAN4) viu seu lucro cair no segundo trimestre de 2022, ao mesmo tempo em que registrou um aumento com as despesas de provisões para devedores duvidosos (PDDs) na base anual, segundo dados do balanço divulgados na manhã desta segunda-feira (8).
No período, a instituição registrou lucro líquido de R$ 194 milhões, uma queda de 4% em comparação com o mesmo intervalo de 2021. Segundo o Banco Pan, embora tenha caído na base anual, o resultado se deve a manutenção da margem financeira robusta, controle de despesas totais e alocação de crédito consolidada.
O lucro do banco veio levemente acima das expectativas do Santander e Itaú BBA, que projetavam R$ 192 milhões e R$ 191 milhões, respectivamente. A ação do Banco Pan reagia positivamente ao resultado do segundo trimestre. Logo após a abertura, por volta de 11h05, o papel subia 0,5%, a 7,43.
A despeito da redução do lucro, as despesas de provisões para devedores duvidosos tiveram aumento de 63,5% no segundo trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 466 milhões.
Entre abril e junho, a carteira de crédito do Banco Pan era de R$ 36 milhões, aumento de 11,38% em um ano. Já a taxa de inadimplência do Banco Pan atingiu 6,7% no trimestre, uma alta de 1,3 p.p (ponto percentual) na comparação anual. O resultado ficou abaixo da previsão do Santander, que esperava 7% no período.
Embora tenha aumentado na comparação anual, o banco que disse que essa inadimplência reflete o endurecimento da política para a concessão de crédito nos últimos meses, devido ao cenário econômico mais desafiador. “Além disso, aprimoramos nossos processos de recuperação de crédito, bem como nossas métricas de originação”, diz o Banco Pan.
No trimestre, a margem financeira líquida referencial, que representa o quanto os bancos ganham com juros, teve alta de 11% na comparação anual, a R$ 1,9 bilhão, em meio à escalada da Selic pelo Banco Central (BC) desde o início do ano passado. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE), por sua vez, alcançou 11,9% na base anual, uma baixa de 2,8 p.p na mesma base de comparação.
A cautela na concessão de crédito também levou o Banco Pan a reduzir a emissão de cartões de crédito no segundo trimestre. Com isso, a carteira fechou o período com saldo de R$ 3,9 bilhões, alta de 50% frente ao saldo do mesmo período do ano passado.
A decisão também impactou diretamente na carteira de crédito para veículos e consignado, os dois principais produtos de crédito do Banco Pan. A originação de crédito para veículos foi de R$ 1,6 milhão, queda de 24% ante igual intervalo de 2021. Já a originação de empréstimo consignado somou R$ 3,4 milhões, recuo de 19% no mesmo intervalo de comparação.