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B3 (B3SA3) cai mais de 5% após margem sofrer com custos, mas analistas recomendam compra

Resultado do balanço que mais incomodou os acionistas foi a queda da margem de ganhos como proporção do Ebitda

Foto: Shutterstock/Alf Ribeiro

As ações da B3 (B3SA3) estão entre as maiores queda do pregão desta quinta-feira (16), após a companhia apresentar um balanço para o quarto trimestre que desagradou os investidores.

Por volta das 11h50, os papéis ordinários da empresa caíam 5,78%, a R$ 10,92, o maior tombo entre as ações que fazem parte do Ibovespa, o principal índice acionário do mercado brasileiro.

O resultado do balanço que mais incomodou os acionistas foi a queda da margem de ganhos como proporção do Ebitda, o indicador de lucratividade que desconsidera perdas com juros, impostos, depreciações e amortizações.

No quarto trimestre do ano passado, a margem Ebitda da B3 recuou para 70,5%, de 75,9% em igual período de 2021.

Segundo analistas do Itaú BBA e do UBS BB, o que mais afetou negativamente a margem Ebitda da B3 foi o aumento das despesas, que subiram mais do que o esperado pelo mercado.

As despesas ajustadas da B3 no quarto trimestre tiveram expansão de 45,2% em relação a igual período do ano anterior, para R$ 561,1 milhões, número 6% acima da projeção do UBS BB e 4% superior à do Itaú BBA.

Diante disso, o lucro líquido da B3 caiu 6,3% no quarto trimestre, para R$ 1,15 bilhão.

Analistas ressaltaram que o aumento das despesas se deu em razão de custos que a empresa costuma ter no fim do ano, relacionados a gastos com pessoal e processamento de dados, além de custos pontuais com consultorias e desligamentos de profissionais.

As despesas só com pessoal e encargos cresceram 37,3% em um ano, para R$ 356,3 milhões, e, segundo a própria B3, a alta é explicada pela  inclusão da Neoway (adquirida em 2021) nessa linha de despesas; pela correção anual (dissídio) dos salários; e pelo reconhecimento de despesas extraordinárias e não recorrentes com rescisões relacionadas ao projeto de ganho de eficiência conduzido com apoio de consultoria externa.

Em relação aos gastos com processamento de dados, houve expansão de 33,7%, para R$ 142,6 milhões, principalmente pelo desenvolvimento de novas iniciativas que, dada a natureza e a forma como vêm sendo desenvolvidas (modelo ágil), são refletidas contabilmente em despesas e não em investimentos; pela inclusão de despesas da Neoway; e pela correção de preços pela inflação.

“Mas nós consideramos bem-vindas essas iniciativas porque, assim, a B3 entra em 2023 com um balanço mais limpo”, escreveram os analistas do Itaú BBA, Pedro Leduc, William Barranjard e Matheus Raffaelli.

Apesar de o balanço ter sido encarado como negativo pelo mercado, os analistas tanto do Itaú BBA quanto do UBS BB recomendam a compra das ações. O Itaú BBA estima preço-alvo de R$ 16 para a B3, enquanto o UBS BB projeta R$ 15.

Os profissionais do UBS BB ressaltam, em relatório, que as ações da B3 estão sendo negociadas a 14 vezes o nível de lucratividade esperado para 2023 (múltiplo P/L), a metade da média para as bolsas de outros países emergentes, de 28 vezes, o que indica que os papéis da dona da Bolsa brasileira podem estar baratos.

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