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B3 (B3SA3) vê receita de dados disparar após comprar Neoway, mas ações lideram quedas

No 1º tri a empresa, especializada em processamento de grandes bases de dados, teve uma receita de R$ 41,7 mi

Foto: Shutterstock

O balanço da B3 para o primeiro trimestre, publicado na noite de quinta-feira (12), trouxe uma estreia importante. Pela primeira vez desde a aquisição da Neoway, em outubro do ano passado, a companhia divulgou um resultado que mostra o impacto da empresa adquirida em um período completo de três meses.

De janeiro a março, a Neoway, especializada em processamento e análise de grandes bases de dados, teve uma receita líquida de R$ 41,7 milhões e ajudou a turbinar o faturamento da B3 no negócio de dados e analytics, que somou R$ 79 milhões e cresceu 57% em relação aos primeiros três meses de 2021.

Não fosse a incorporação da Neoway, esta divisão de negócios da B3 teria apresentado uma expansão bem mais tímida, de apenas 3,5%.

A aquisição da Neoway — que custou R$ 1,8 bilhão à B3 e foi a maior da história da companhia — está em linha com o plano da empresa em diversificar suas receitas, principalmente em um momento em que o mercado de capitais sofre com um período de incertezas e aversão ao risco.

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A Neoway, no entanto, ainda é uma pequena parte da receita total da B3, que somou R$ 2,5 bilhões no primeiro trimestre, queda de 4,6% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, pressionada pela diminuição no volume negociado em ações, o principal negócio da B3.

No período, o volume financeiro médio diário negociado (ADTV) no segmento de ações na B3 atingiu R$ 31,2 bilhões, queda de 15,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

O lucro líquido da B3, por sua vez, caiu 7,2% em um ano, para R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre, com uma “contribuição” negativa da Neoway, que teve prejuízo líquido de R$ 18,3 milhões.

Além disso, a aquisição da Neoway fez a B3 aumentar a sua projeção para despesas e investimentos em 2022, que passaram para algo entre R$ 585 milhões e R$ 665 milhões. Antes, estavam entre R$ 380 milhões e R$ 440 milhões.

Por volta das 14h20, as ações da B3 lideravam as quedas entre as companhias que fazem parte do Ibovespa. O papel operava com recuo 2,44%, a R$ 11,61.

Sinais para 2022

Em teleconferência com analistas nesta quinta-feira (13), o CFO da B3, André Milanez, foi questionado sobre se a receita líquida da Neoway do primeiro trimestre poderia ser um bom indicativo para projetar o faturamento da empresa adquirida em 2022.

Até então, os analistas só contavam com uma projeção divulgada pela B3 no dia do anúncio da aquisição, em outubro. À época, foi informado que a Neoway poderia ter uma receita líquida de R$ 190 milhões em 2022.

Milanez evitou cravar uma nova estimativa para 2022, uma vez que a B3 não faz projeções de receita, mas disse que olhar para o primeiro trimestre da Neoway seria uma “boa forma” de fazer um novo cálculo e lembrou que “boa parte” da receita da companhia adquirida é recorrente, por atuar com assinaturas.

O CFO também foi questionado sobre o que esperar para a margem Ebtida  (lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) da empresa em 2022. Novamente, ele evitou fazer uma previsão, uma vez que a margem da B3 é mais sensível às receitas do que às despesas, mas disse que a companhia não pretende mudar a sua estratégia de diversificação para poder ter uma uma melhora na margem de 1 ou 2 pontos percentuais.

A margem Ebitda recorrente da B3 caiu para 75,4% no primeiro trimestre, de 83,1% no primeiro trimestre do ano passado, refletindo também uma nova política de preços implementada em fevereiro de 2021, que aumentou os descontos para day traders e teve mais impacto nos primeiros três meses deste ano.

 

 

 

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